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Emissões de dívida a nível global em mínimos de mais de dez anos
A turbulência nos mercados, no arranque deste ano, levou a um abrandamento das emissões obrigacionistas a nível global. Venda de novas acções também está em quebra.
O nervosismo que marcou o início de ano nos mercados financeiros levou a uma quebra das emissões de obrigações e de acções. No caso dos instrumentos de dívida, este mês, foram emitidos, a nível global, 416 mil milhões de dólares (380 mil milhões de euros), segundo dados da Thomson Reuters, citados pelo Financial Times.
É o arranque de ano mais fraco desde 2002. E a quota de dívida emitida por entidades com melhores classificações de crédito no total das obrigações emitidas aumentou, o que indicia que o mercado está mais exigente para entidades com maior perfil de risco. Além disso, as próprias emitentes de menor qualidade poderão estar a adiar operações de financiamento devido à volatilidade do mercado.
O segmento de emissões de dívida soberana atingiu a maior quota em dez anos no total de dívida emitida, um sinal de que apenas as entidades mais seguras estão a recorrer ao mercado.
Também na emissão de acções se nota um abrandamento, com os aumentos de capital ou as entradas em bolsa a ascenderem a 21,7 mil milhões de dólares (19,9 mil milhões de euros). É o pior arranque de ano desde 2009, altura em que o mercado estava congelado devido às fortes quedas das bolsas, desde o segundo semestre de 2008, na sequência da crise financeira e do colapso do Lehman Brothers.