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Lucros da Jerónimo Martins recuam 20% para 312 milhões de euros

A dona do Pingo Doce anunciou esta quarta-feira os resultados de 2020, um ano marcado pelo impacto da pandemia.

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, viu os lucros do grupo caírem 36% no semestre.
Bruno Colaço
03 de Março de 2021 às 17:22
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Os lucros da Jerónimo Martins encolheram 19,9% em 2020, para 312 milhões de euros. No ano anterior, a retalhista tinha lucrado 390 milhões de euros. Os resultados foram comunicados esta quarta-feira pela dona do Pingo Doce à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Os resultados estão alinhados com as previsões dos analistas consultados pela Bloomberg, que antecipavam lucros a rondar os 330 milhões de euros.


A empresa liderada por Pedro Soares dos Santos fechou 2020 com vendas consolidadas de 19.293 milhões de euros, o que reflete uma subida de 3,5%. O EBITDA caiu 1% para 1.423 milhões de euros.

No que toca apenas aos resultados do quatro trimestre de 2020, os lucros da Jerónimo Martins diminuíram 24,6% para 93 milhões de euros, com as vendas a subirem 5,4% para cerca de 5.096 milhões de euros. 

Citado na nota enviada à CMVM, Pedro Soares dos Santos destaca que 2020 foi um ano marcado por uma "exigência sem precedentes" para o grupo, devido à pandemia, e que apesar da crise, "o grupo registou um sólido desempenho operacional e reforçou o seu balanço".

A polaca Biedronka foi o motor das vendas do grupo, ao registar uma subida de 6,7% para 13,4 mil milhões de euros. Ainda na Polónia, a JM viu as vendas da cadeia de beleza Hebe recuarem 5,4% para 245 milhões de euros.

Em Portugal, as vendas do Pingo Doce quebraram 1,9% para 3,9 mil milhões de euros. O grupo salienta que o ambiente de consumo em Portugal  "foi pressionado pelos efeitos das medidas implementadas para controlar a pandemia", sendo que o Pingo Doce "esteve particularmente exposto à redução da circulação de pessoas".

A insígnia mais afetada pela quebra nas vendas foi o Recheio, que viu as vendas recuarem 15,9% para 847 milhões de euros. A atividade foi "muito afectada pela queda dramática registada no canal HoReCa, que representava mais de 35% das suas vendas".

Na Colômbia, as vendas da Ara aumentaram 8,9% para 854 milhões de euros. As medidas de confinamento no país mantiveram-se em vigor entre abril e agosto, "com um impacto muito relevante na economia do país e na perda de poder de compra das famílias", mas a partir de setembro "o país levantou progressivamente as medidas restritivas e registou-se o final do recolher obrigatório na generalidade dos municípios e o regresso à normal circulação de pessoas", o que se refletiu nas vendas.

Equipas da linha da frente com prémio de 19 milhões


A JM revela que a gestão dos negócios no contexto da pandemia levou "a custos adicionais de 64 milhões de euros, dos quais 41 milhões de euros ao nível do EBITDA (dos quais 9 milhões de euros no 4T)". A estes valores acresceram, a nível de Outras Perdas e Ganhos, 22 milhões de euros, 19 milhões dos quais relativos "à distribuição, no final do ano, às equipas na linha da frente, de um reconhecimento pelo seu compromisso e sentido de missão". 

Ainda na sequência da pandemia, o grupo foi obrigado a reforçar provisões no valor de três milhões de euros, "para valores a receber cujo risco de não realização aumentou substancialmente devido à pandemia". 

Grupo prevê investir 700 milhões em 2021

Apesar do clima de incerteza, a Jerónimo Martins refere que o programa de investimentos "mantém um papel central nas prioridades de alocação de capital do Grupo". Em 2021, "se as medidas de restrição que ainda possam vir a ser implementadas nos mercados em que operamos não impactarem a capacidade de execução", o grupo prevê investir 700 milhões de euros, 60% dos quais na Biedronka.

O plano prevê a abertura de 100 lojas da insígnia na Polónia, 50% das quais em formato de menor dimensão. Serão ainda remodeladas entre 250 e 300 lojas. Para a Hebe, o grupo prevê focar a estratégia de crescimento "no desenvolvimento da sua operação online, que se espera que continue a ganhar dinamismo, permitindo, no curto prazo, a entrada em novos mercados". 

Em Portugal, deverão abrir 10 novas lojas Pingo Doce em 2021 e serão remodeladas 15 localizações. Na Colômbia, serão inauguradas 100 lojas da Ara.

Estas previsões "estão intrinsecamente associadas à evolução do cenário pandémico ao nível mundial e também de cada país, e ao progresso da vacinação em larga escala", alerta o grupo. "Neste contexto, antecipa-se que, pelo menos a primeira metade do ano, permaneça marcada por elevada falta de visibilidade no que respeita à implementação, nos países em que estamos presentes, de possíveis medidas de confinamento no combate à pandemia e aos seus respectivos impactos nos mercados e no comportamento dos consumidores". 

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