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Auditoria Forense: Crédito do BES ao banco do Panamá e ESFIL subiu 580 milhões em seis meses

Depois de o Banco de Portugal ter proibido o BES de dar mais crédito ao universo ESFG, a exposição ao ES Bank Panamá e à ESFIL aumentou 580 milhões, aponta a auditoria forense que o supervisor encomendou à Deloitte. O documento, a que o Negócios teve acesso, mostra que os directores responsáveis pelas operações desconheciam as indicações do Banco de Portugal.

Miguel Baltazar/Negócios
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O crédito do BES a empresas do Espírito Santo Financial Group (ESFG) aumentou 580 milhões de euros entre o final de 2013 e 30 de Junho de 2014, em violação das proibições definidas pelo Banco de Portugal, conclui o primeiro bloco da auditoria forense encomendada pelo supervisor a que o Negócios teve acesso.

 

Em causa estão empréstimos ao ES Bank Panamá e à Espírito Santo Financiére (ESFIL), controlados pelo ESFG, refere o sumário executivo relativo ao relatório do primeiro bloco da auditoria forense, que o Banco de Portugal enviou para a comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES. Financiamentos que terão permitido a estas entidades dar crédito à Espírito Santo International, "holding" onde já tinham sido detectadas irregularidades e que o BES e o ESFG estavam proibidos de financiar.

 

"No mesmo período, existe também um aumento de exposição do ES Bank Panamá e da ESFIL à Espírito Santo International (ESI) e à Espírito Santo Resources (ESR)", refere a Deloitte.

 

Por outro lado, os empréstimos de quase 1.400 milhões que o grupo ESFG tinha à ESI e à ESR no final de Novembro de 2013 tinham garantias mas a empresa que realizou a auditoria não pôde verificar que essa exposição "estivesse de forma permanente e integral coberta por garantias prudentemente avaliadas".

 

De acordo com o testemunhos obtidos pela Deloitte, a administração do BES e do ESFG não transmitiu as determinações do Banco de Portugal proibindo o aumento da exposição ao GES e ao ESFG aos quadros do grupo que realizavam as operações ou que tinham a missão de as fiscalizar.

 

"Foi-nos transmitido por responsáveis das áreas de operações (disponibilização de fundos) e de controlo da exposição em mercado monetário face aos limites internamente definidos pelo BES que não tinham conhecimento das determinações do Banco de Portugal nem do destino final dos fundos tomados pelo ES Bank Panamá e pela ESFIL junto do Grupo BES", sublinha a empresa de auditoria.

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