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Crédito do BES ao GES chegou a pesar 16,5% dos fundos próprios
O crédito concedido pelo BES ao GES chegou a pesar 16,5% nos fundos próprios do banco, apesar de a lei limitar este peso a 10%. A auditoria forense ao banco conclui ainda que houve empréstimos a accionistas concedidos sem respeitar os “requisitos de aprovação”. Também houve irregularidades em empréstimos a membros dos órgãos sociais ou familiares directos.
No final de Junho de 2013, "o montante total do crédito concedido pelo grupo BES ao GES, excluindo a ESFG, correspondia a 16,5% dos fundos próprios consolidados" do banco, aponta a Deloitte, no sumário executivo do relatório do primeiro bloco da auditoria forense ao BES, a que o Negócios teve acesso.
Este peso ultrapassa em 65% os limites definidos pela lei bancária e que foram introduzidos na sequência do caso BCP, que usou sociedades "offshore" para financiar a aquisição de acções próprias não reportadas como tal.
Este foi apenas um dos factos que, segundo a auditoria forense, cujas primeiras conclusões foram enviadas à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, configura uma infracção de "concessão de financiamentos com preterição dos requisitos prévios de aprovação", refere a Deloitte.
Por outro lado, foram identificados créditos a sociedades em cujos órgãos sociais administradores do BES tinham assento e que não foram identificados como sendo empresas susceptíveis de conflito de interesse e que, por isso, deveriam ter cumprido determinados procedimentos que não foram respeitados.
Já no que diz respeito a créditos a membros da administração do BES e dos órgãos sociais de entidades controladas pelo banco ou a empresas por eles controladas ou por seus familiares directos, a Deloitte admite que podem ter sido concedidos sem respeitar as regras de controlo interno.