O "chairman" da Bial, Luís Portela, reiterou esta quarta-feira, 20 de Janeiro, que a farmacêutica portuguesa continua sem conhecer as causas que levaram à morte do voluntário que participava no ensaio clínico de uma nova molécula e obrigaram outros cinco a ser hospitalizados, em França.

Nas suas primeiras declarações sobre o sucedido, Luís Portela, que liderou a farmacêutica entre 1979 e 2011, quando passou a presidente não executivo, sublinhou que "até hoje não sabemos, não conhecemos as causas" da morte ocorrida no domingo.

E destacou que aos "cerca de cem primeiros voluntários envolvidos" nestes ensaios, "nada aconteceu". Só "agora, de repente", houve manifestações adversas.

Essa justificação já tinha sido dada pela Bial, num comunicado divulgado ontem.

"Temos consciência de que, pela nossa parte, fizemos tudo dentro das boas regras, dentro das boas normas, cumprindo tudo direito; temos consciência de que os ensaios pré-clínicos, toxicológicos, que tudo foi conduzido da melhor maneira e sem aparecer nada que indicasse uma coisa destas. Nada", sublinhou aos jornalistas, depois de ter recebido o título de doutor "honoris causa" pela Universidade de Coimbra.

Questionado sobre se acredita que o caso poderá deixar marcas na companhia, Luís Portela não quis responder, optando por afirmar que neste momento nem ele nem a Bial "estão focados nisso". "Perdeu-se uma vida e isso é absolutamente trágico", lamentou.

Por agora, a investigação relativa à nova molécula está suspensa. E a Bial só decidirá se a retoma depois de apurar o que se passou em França, onde os ensaios estavam a decorrer nos laboratórios da Biotrial.