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Governo ao lado da Bial, manifesta "confiança e a solidariedade"

O Executivo argumenta que os relatórios divulgados confirmam a regularidade dos procedimentos e não detectaram "quaisquer sinais prévios" que pudessem ter previsto os problemas "inesperados" nos ensaios pré-clínicos.

Miguel Baltazar
24 de Maio de 2016 às 14:59
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O Governo manifestou a sua confiança e solidariedade para com a farmacêutica portuguesa Bial, cujos ensaios de moléculas realizados pela Biotrial em França estão sob investigação na sequência da morte de um voluntário.

"A Bial, sendo uma das mais relevantes empresas portuguesas no domínio da inovação, tem a confiança e a solidariedade do Governo Português, bem como o estímulo para prosseguir a investigação e desenvolvimento em projectos de relevante contributo para a economia portuguesa e para o bem-estar dos cidadãos e dos doentes", refere um comunicado enviado às redacções esta terça-feira, 24 de Maio, pelo Ministério da Economia.

No documento, a tutela de Manuel Caldeira Cabral diz estar a "acompanhar com especial atenção o desenvolvimento do incidente ocorrido em Janeiro", em Rennes, França, nos laboratórios da Biotrial. E afirma esperar que sejam divulgados em "breve" os relatórios médicos dos voluntários, bem como os dados da autópsia do voluntário "que lamentavelmente faleceu".

O Governo diz ainda ser necessário conhecer "os procedimentos levados a cabo pelo Centro Hospitalar de Rennes" para "ajudar a esclarecer as reais razões deste acontecimento". Exactamente as mesmas exigências invocadas esta segunda-feira pela Bial, na reacção a um novo relatório das autoridades de saúde que lhe atribui responsabilidade parcial pelo sucedido.

O comunicado defende que o relatório publicado esta segunda-feira pela Inspecção Geral dos Assuntos Sociais "reafirma a regularidade do Protocolo do ensaio, que está conforme toda a legislação aplicável" e que esse facto "permitiu a sua aprovação pelas autoridades regulamentares francesas". E que as conclusões referem que "não foram detetados quaisquer sinais prévios que pudessem ter previsto o sucedido em toda a fase de desenvolvimento pré-clínico, realçando o carácter inesperado e imprevisível dos acontecimentos".

Esta segunda-feira, a ministra da Saúde de França, Marisol Touraine, responsabilizou "parcialmente" tanto a farmacêutica portuguesa como o laboratório francês pelo acidente ocorrido em Janeiro e que resultou na hospitalização de seis voluntários e na morte de um deles. Citada pela Reuters, a ministra afirmou que as duas organizações não tomaram as precauções devidas neste caso.

Em Abril a Agência Nacional de Segurança do Medicamento tinha atribuído a origem do sucedido à "toxicidade própria da molécula", a que a Bial contrapôs que o documento não era conclusivo e que era necessário ter acesso aos dados clínicos dos voluntários para garantir uma investigação completa. 

Esta segunda-feira, a farmacêutica nacional voltou a contestar as conclusões da Inspecção Geral dos Assuntos Sociais: "Lamentavelmente, este é mais um relatório que não permite determinar qualquer conclusão quanto à causa concreta do acidente, nem da morte de um dos voluntários que participou no ensaio clínico", referia o comunicado

(Notícia actualizada às 15:13 com mais informação)
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