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Bial responsabilizada parcialmente por ensaio fatal em França

O governo francês indicou que a farmacêutica portuguesa e o laboratório local Biotrial não adoptaram as cautelas necessárias no acidente que levou à hospitalização de seis voluntários.

23 de Maio de 2016 às 11:00
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A ministra da Saúde de França, Marisol Touraine, considerou esta segunda-feira, 23 de Maio, que a farmacêutica portuguesa Bial e o laboratório francês Biotrial são parcialmente responsáveis pelo acidente ocorrido em Janeiro e que resultou na morte de um voluntário.

 

Quatro meses após o ensaio fatal com esta molécula experimental da farmacêutica portuguesa realizado no laboratório francês, citada pela Reuters, a ministra disse em conferência de imprensa que estas duas organizações não tomaram as precauções devidas neste caso, que obrigou à hospitalização de seis voluntários e na morte de um deles.

"Os inspectores [da Inspecção-Geral dos Assuntos Sociais, IGAS, um organismo francês] acreditam que a responsabilidade do laboratório Bial e da Biotrial está envolvida a vários títulos", resumiu a governante francesa numa declaração alusiva aos acontecimentos na região de Rennes, no início deste ano.

O grupo de peritos criado pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM) concluiu a investigação em Abril, frisando que "a hipótese mais verosímil aponta para uma toxicidade própria da molécula". No relatório então divulgado, os especialistas lamentaram que não tenham sido aplicadas certas regras "de bom senso". Este acidente "inédito" está "claramente ligado à molécula testada", insistiram os peritos.

 

Em reacção a esse primeiro relatório dos peritos franceses referente à análise ao composto BIA 10-2474, a Bial insistiu logo no dia seguinte que o documento "não é conclusivo quanto à causa concreta do acidente" e defendia que só o conhecimento total dos dados clínicos dos voluntários pode garantir uma investigação completa ao sucedido.

Mas a verdade é que logo a 4 de Fevereiro, a ministra da Saúde francesa avançou que tinham sido detectadas "três falhas graves" no ensaio clínico, considerando ainda que a Biotrial devia ter parado o ensaio assim que o primeiro voluntário foi hospitalizado, em vez de continuar a administrar o medicamento em teste. E as autoridades e os outros participantes deviam também ter sido logo avisados.

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