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SAD do Belenenses deve 7,4 milhões e quase um terço ao Estado

A par de dívidas de 2,4 milhões de euros ao Estado e de 2,2 milhões à Codecity, de Rui Pedro Soares, a SAD do clube lisboeta tem vários credores individuais, como o treinador Lito Vidigal, que reclama 150 mil euros.

22 de Janeiro de 2015 às 17:59
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A sociedade anónima desportiva (SAD) do clube de futebol Os Belenenses deve aos credores 7,46 milhões de euros, sendo que 32% desse montante são dívidas ao Estado português, de acordo com a lista provisória de credores divulgada pelo Tribunal da Comarca de Lisboa, no âmbito do processo especial de revitalização (PER) que aquela SAD iniciou em Agosto de 2014.

 

A lista revela que, à data de 7 de Janeiro, a Autoridade Tributária e Aduaneira era credora de 1,68 milhões de euros relativos a dívidas fiscais do Belenenses, a que se somam 732 mil euros de dívida ao Instituto da Segurança Social.

 

Os compromissos do clube lisboeta com o Estado incluem ainda outros credores, embora para montantes bem menores: a SAD do Belenenses tem em dívida, segundo a lista publicada pelo tribunal, um montante de 1.265 euros para o Centro Hospitalar Lisboa Central, 143 euros para o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental e ainda 2.734 euros de dívida ao Ministério da Defesa (Marinha).

 

Com 2,4 milhões de euros de créditos sobre o Belenenses, o Estado português é um dos maiores interessados em que o PER em curso seja bem sucedido. O segundo maior credor é a Codecity, empresa liderada pelo presidente da SAD do clube, Rui Pedro Soares, com créditos de 2,2 milhões de euros.

 

Treinador Lito Vidigal tem por receber 150 mil euros

 

A lista de credores do Belenenses é extensa e inclui não só jogadores de futebol e elementos da equipa técnica mas também os mais diversos fornecedores de bens e serviços, desde empresas de sistemas de rega até farmácias, clínicas, hotéis e empresas de equipamento desportivo.

 

O treinador da equipa principal de futebol do Belenenses, "Lito" Vidigal, é um dos maiores credores individuais da SAD. Segundo a lista revelada pela Justiça, José Carlos Fernandes Vidigal tem a receber mais de 150 mil euros, ou seja, 2% de toda a dívida reconhecida neste PER.

 

As dívidas do Belenenses incluem, por exemplo, quase 185 mil euros à empresa Prosegur. Entre os clubes de futebol credores do emblema de Lisboa estão o Casa Pia Atlético Clube (cerca de 6 mil euros), o Futebol Clube de Alverca (3.550 euros), o Grupo Desportivo dos Pescadores da Costa de Caparica (7.500 euros) e o Marítimo (quase 100 mil euros).

 

Do leque de empresas de equipamentos desportivos que têm créditos sobre o Belenenses fazem parte a Patrick (mais de 88 mil euros) e a Lacatoni (41 mil euros).

 

A lista de credores inclui ainda empresas como a Barraqueiro, Vila Galé, José de Mello Saúde (através das clínicas e hospitais CUF), Hospital da Luz, NOS, PT Comunicações, entre outras.

 

Recuperação em curso

 

Em Abril do ano passado o Belenenses avaliou positivamente o impacto da adesão do clube a um PER em Junho de 2013, que veio diminuir o passivo exigível ao clube de 13 para 8,7 milhões de euros. O plano então delineado permitiria ao clube assumir um encargo mensal de 45 mil euros com as dívidas no primeiro ano do PER, valor que iria diminuir gradualmente até 2022.

 

Em Maio de 2014 o presidente da SAD do Belenenses, Rui Pedro Soares, sublinhava à agência Lusa que o clube tinha conseguido reduzir em 400 mil euros as suas dívidas ao Fisco, ao longo dos dez meses anteriores. "Não me lembro de um clube de futebol, em Portugal, ter abatido, num ano, 19% da dívida ao Fisco", comentava então Rui Pedro Soares.

 

Mas a 8 de Agosto de 2014 foi a vez de a própria SAD requerer um PER. "Não obstante o facto de, nos últimos dois anos, a saúde financeira e económica da sociedade ter melhorado significativamente, o Conselho de Administração entendeu que este era o momento adequado para requerer o PER, tendo em vista a conveniência da reestruturação da sociedade em face do seu passivo exigível e de curto prazo", lê-se no comunicado então enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

No final de Dezembro passado, o presidente do clube, Patrick Morais de Carvalho, mostrou-se convencido de que 2015 será um ano de recuperação. "Esperamos que 2015 seja um ano marcado pela recuperação financeira, fundamental para a sustentabilidade do Belenenses. A par da auditoria externa que será feita às contas e à gestão do clube, que anunciámos na última Assembleia Geral, prosseguiremos um caminho de rigor, nomeadamente com as Finanças e com a Segurança Social, que será essencial para que o projecto desportivo que nos propusemos levar a cabo seja uma realidade a breve trecho", notou o dirigente na sua mensagem de Ano Novo aos sócios do Belenenses.

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