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Semana negra do BES termina com cortes de "rating" da Moody’s e S&P

No culminar de uma semana negra para o BES, o banco foi castigado pelas três agências de rating que lhe atribuem notação financeira. A Moody’s foi a que mais castigou o "rating" do BES, mas a Standard & Poor’s também mexeu na classificação de dívida do banco.

Miguel Baltazar/Negócios
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Moody’s, Standard & Poor’s e DBRS. As três agências de "rating" que atribuem notação financeira ao Banco Espírito Santo mexeram esta sexta-feira na classificação da dívida do banco, um sinal que o BES não está a conseguir conter as preocupações dos mercados com os riscos que enfrenta devido à exposição que detém ao Grupo Espírito Santo.

 

Moody’s corta três níveis

 

A Moody’s reduziu a classificação do BES, de "Ba3" para "B3", ou seja, do terceiro para o quinto nível do grau especulativo, o chamado "lixo".

 

Esta foi a agência que aplicou o corte mais expressivo no rating do BES (desceu três níveis), afirmando que este corte reflecte os receios em torno da idoneidade creditícia do banco, a par com a falta de transparência do "ring-fencing" [separação entre o banco e o Grupo Espírito Santo] do BES em relação a quaisquer problemas que possam surgir com a sua "holding" Espírito Santo Financial Group ou qualquer outra entidade do grupo".

 

S&P baixa um nível

 

Também na tarde desta sexta-feira, a S&P anunciou um corte do "rating" do BES, tendo-o colocado "sob vigilância" com implicações negativas. A notação financeira desceu um nível, de BB- para B+, situando-se agora no quarto nível de "lixo".

 

A notação que a S&P atribui ao BES mantém-se assim no chamado "lixo", mas com este corte passou do patamar de investimento especulativo para o de investimento altamente especulativo, em que existe risco de crédito, com uma margem de segurança limitada. Segundo a agência, "esta decisão reflecte a convicção de que o banco se confronta com um aumento de riscos, devido à actual instabilidade a nível da gestão e à alegada debilidade da situação financeira de várias entidades dentro do GES".

 

Por fim, a DBRS colocou o "rating" do BES em revisão com implicações negativas. A Fitch, que completa o lote das maiores agências de "rating" do mundo, não atribui "rating" ao BES depois do banco ter cancelado contrato com esta agência.

 

Semana negra no BES

 

Estas acções negativas por parte das agências de "rating" surgem no final de uma semana negra para o BES. Devido aos receios do impacto da exposição do banco ao GES, o banco sofreu uma queda de 36% nas últimas cinco sessões, na pior semana de sempre em bolsa para o banco liderado por Ricardo Salgado.

 

Na quinta-feira as acções do BES foram suspensas (numa altura em que afundavam 17%) com a CMVM a solicitar esclarecimentos do banco sobre a exposição ao GES. O comunicado surgiu ao final do dia de quinta-feira mas não foi suficiente para acalmar os mercados, já que as acções do BES fecharam hoje a cair mais de 5%.

 

O banco, que ainda é liderado por Ricardo Salgado, garantiu ontem que "as potenciais perdas resultantes da exposição ao Grupo Espírito Santo não põem em causa o cumprimento dos rácios de capital regulamentares".

 

Isto porque o banco diz ter uma almofada de capital de 2.100 milhões de euros, que supera o total da exposição directa ao GES, somada à que os seus clientes têm às empresas do GES, pelas quais o BES pode ter que assumir responsabilidade. Esta exposição directa e através dos seus clientes ao GES ascende a 2.036 milhões de euros.  

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