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DBRS coloca "rating" do Espírito Santo Financial Group no "lixo"

A agência canadiana de notação financeira desceu em cinco níveis a classificação do ESFG para ‘B’ , mantendo-a "sob revisão com implicações negativas".

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Julho de 2014 às 17:56
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A Dominion Bond Rating Service (DBRS) cortou a notação do ESFG, de ‘BBB (baixo)’ [qualidade de crédito adequada, que é o último nível do grau de investimento] para ‘B’ [que já é considerado um nível altamente especulativo, ou seja, "lixo"].

 

A categoria especulativa começa em ‘BB (alto)’, mas a agência cortou directamente o "rating" para ‘B’. Ou seja, a notação do ESFG passou de nível de investimento para o quinto nível de "junk".

 

Sublinhe-se que a DBRS utiliza os termos ‘alto’ (high) e ‘baixo’ (low) nas suas notações, associados a letras. Esses termos correspondem aos sinais de ‘+’ e ‘-’ atribuídos pelas três maiores agências de rating (Moody’s, S&P e Fitch) e pela grande maioria das restantes agências.

 

Além de cortar o "rating" em cinco níveis, a agência mantém o ESFG sob revisão, com perspectivas negativas.

 

A justificar esta decisão "estão os receios relativamente à deterioração da situação financeira do grupo, conjugados com o elevado nível de incerteza quanto às exposições e ligações a outras entidades do Grupo Espírito Santo", revela a agência.

 

"A DBRS vê o ESFG como vulnerável à deterioração da situação financeira das entidades do Grupo Espírito Santo. O mercado revela claros receios em torno das instituições do GES e pelo facto de o ritmo de acontecimentos estar a suceder-se de forma bastante rápida", diz o relatório.

 

Segundo a agência canadiana, "o acesso do ESFG ao financiamento nos mercados está sob pressão, encarecendo as futuras emissões de dívida e tornando mais problemáticos os potenciais aumentos de capital".

 

A agência refere também que reduziu a sua avaliação da solidez financeira intrínseca do ESFG, sobretudo tendo em que que a partir de 31 de Julho de 2014 a instituição "deixará de ser regulada pelo Banco de Portugal". "O Banco de Portugal irá supervisionar a principal subsidiária operacional do ESFG, o Banco Espírito Santo, directamente. Com o ESFG excluído do controlo supervisor do BdP, o grupo deixará de estar sujeito a maiores exigências regulatórias", salienta a DBRS.

 

A DBRS diz-se também preocupada com a fiabilidade de outras subsidiárias para gerarem dividendos, de par com a venda potencial de algumas entidades.

 

A negociação das acções do ESFG foi ontem suspensa, tal como a do BES. A do banco ainda liderado por Ricardo Salgado foi hoje retomada, depois de ter emitido um comunicado com os esclarecimentos pedidos pela CMVM, mas a do Espírito Santo Financial Group ainda se mantém suspensa, dado que não emitiu ainda qualquer comunicado.

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