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Moody’s: Situação no BES tem implicações negativas para outros bancos portugueses (act)

A crise no Grupo Espírito Santo tem impacto directo no BES, mas também afecta os outros bancos portugueses, que vêem dificultado o acesso aos mercados de financiamento. Já no "rating" de Portugal o impacto é mais diminuto, de acordo com a Moody’s.

14 de Julho de 2014 às 15:38
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A Moody’s considera que o incumprimento de várias subsidiárias da Espírito Santo International, "holding" que controla o Grupo Espírito Santo, tem um impacto negativo no "rating" do BES, mas também de outros bancos portugueses.

 

A agência de notação financeira considera que apesar de esta crise no GES afectar de forma directa apenas o BES, acaba por ter impacto nos outros bancos portugueses, pois reduz a sua capacidade de acederem a financiamento nos mercados.

 

Na passada sexta-feira a Moody’s reduziu a classificação do BES em três níveis, de "Ba3" para "B3", devido aos receios em torno da idoneidade creditícia do banco na sequência das situações de incumprimento em algumas empresas da ESI. Esta "holding", detida pela família Espírito Santo, é a maior accionista do BES, com 20,1% do capital.

 

O corte de "rating" ao BES surgiu depois do banco ter revelado uma exposição directa de 1,2 mil milhões de euros a várias subsidiárias da ESI. Apesar de assinalar que estas dificuldades no GES afectam directamente apenas o BES, a Moody´s alerta que representam um desafio para a "crescente confiança no sector bancário português e a capacidade de outros bancos portugueses acederem a financiamento".

 

A Moody’s assinala que esta dificuldade dos bancos portugueses se financiarem deverá observar-se "pelo menos enquanto os investidores estiverem a digerir a situação no BES". A agência lembra que os bancos portugueses só ganharam acesso aos mercados no início deste ano e persistem com "um nível de rentabilidade e qualidade de activos muito reduzido".

 

Destacando pela positiva que este caso do BES surge depois dos bancos terem conseguido desalavancar o balanço e aumentar os depósitos, a Moody’s assinala que os problemas no BES surgem numa altura em que os bancos portugueses enfrentam a possibilidade de terem que reforçar capital antes dos testes de stress do BCE.

 

A Moody’s dá conta que a situação do BES também é negativa para o "rating" da Portugal Telecom, que tem no BES o seu principal accionista e investiu 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte (holding controlada pela ESI), que chega à maturidade na terça-feira.

 

Eventual apoio público ao BES não agrava dívida pública

 

Já no "rating" de Portugal, a Moody’s revela menores preocupações. A situação orçamental e económica do País "tem vindo a melhorar nos últimos trimestres" e Portugal tem uma almofada de liquidez de "pelo menos 15 mil milhões de euros", incluindo uma linha de 6,4 mil milhões de euros para recapitalizar a banca, refere a agência de notação financeira.

 

Deste modo, "um potencial apoio de capital público para o BES não afectará a dívida pública de Portugal", diz a Moody’s. "Apesar de acreditarmos que a situação no BES pode potencialmente afectar o défice orçamental, é pouco claro nesta altura se esse apoio com capital público será necessário", acrescenta.

 

A Moody’s, que este ano tornou-se a primeira agência a subir o "rating" de Portugal desde o pedido de assistência financeira, refere que nova melhoria na classificação ficará dependente das perspectivas para a consolidação orçamental do País. Ainda assim promete acompanhar de perto qualquer apoio público ao BES, caso venha a ser necessário.  

 

(notícia actualizada às 16h00 com mais informação)

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