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Santana Lopes critica actuação de Carlos Costa e de Vítor Bento

O antigo primeiro-ministro conclui que "Vítor Bento e os futuros accionistas" não podem ficar "sem o que dá problema", enquanto os "actuais pequenos accionistas" vão ficar com os "prejuízos" e "sem o seu dinheiro".

Bruno Simão/Negócios
04 de Agosto de 2014 às 11:10
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Santana Lopes veio a público criticar a actuação do governador do Banco de Portugal e do novo presidente-executivo do BES nas últimas semanas. 

 

Numa publicação no seu perfil de Facebook, o antigo primeiro-ministro escreveu que o "Banco de Portugal andou estas semanas a garantir que o BES estava seguro" e que o novo CEO do banco, Vítor Bento, garantiu que "todos podiam estar seguros quanto à confiança que o BES merecia".

 

"Depois dessas declarações e desses comunicados as acções do BES continuaram cotadas em Bolsa e os depositantes, clientes e pequenos investidores acreditaram na palavra dos citados responsáveis", sublinha.

 

Nós, Portugueses, devemos ter cuidado em sermos, de novo, "cobaias" do experimentalismo sócio-financeiro de alguns, plutocratas da União Europeia e de um sistema de supervisão recheado de histórias de malogros.
 
Pedro Santana Lopes

Santana Lopes conclui que "pelos vistos, esses responsáveis enganaram-se redondamente o que é, obviamente, gravíssimo", acusa, no "post" publicado no domingo, dia 3 de Agosto.

 

Num dos oito pontos da sua publicação, escreve que este tipo de resgate é "uma solução dicotómica para o BES" e que este "novo regime é especialmente gravoso para os accionistas".

 

Aponta que "esta é a primeira vez que o novo sistema vai ser aplicado" e que é necessário tomar as devidas cautelas. "Nós, Portugueses, devemos ter cuidado em sermos, de novo, "cobaias" do experimentalismo sócio-financeiro de alguns, plutocratas da União Europeia e de um sistema de supervisão recheado de histórias de malogros".

 

O actual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa considera também que esta solução vai penalizar os pequenos accionistas em detrimento de quem teve uma responsabilidades na má gestão da instituição.

 

"Os accionistas devem pagar todos pela mesma moeda, tenham tido, ou não, responsabilidades na gestão ou na escolha dos gestores? Devem os pequenos investidores ser tratados como se fossem todos da Família Espírito Santo ou dos grandes accionistas comprometidos com a gestão anterior?", questiona.

 

O social-democrata também critica o facto dos bancos poderem vir a lucrar com este resgate, enquanto os accionistas arcam com as perdas.

 

"Então o Fundo de resolução - os Bancos - ficam com o que é bom e os accionistas anteriores ficam com o que é mau? E, depois, a nova entidade é vendida, os Bancos são pagos do que emprestaram e, provavelmente, ainda lucram com isso?", volta a questionar.

 

Pedro Santana Lopes conclui que "Vítor Bento e os futuros accionistas" não podem ficar "sem o que dá problema", enquanto os "actuais pequenos accionistas, que nunca foram a uma Assembleia Geral nem conheceram ninguém responsável pelo BES" vão ficar com os "prejuízos e, na prática, sem o seu dinheiro".

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