Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Carlos Costa: "Nos últimos dias houve um rápido e significativo agravamento da situação do BES"

Carlos Costa explicou a intervenção no BES pelo agravamento da situação nos últimos dias. E revelou mesmo que havia risco de incumprimento das suas obrigações. Havia que intervir porque existia o risco sistémico.

Miguel Baltazar/Negócios
04 de Agosto de 2014 às 00:20
  • 20
  • ...

O Banco de Portugal garante que a intervenção no BES se deve ao agravamento da situação nos últimos dias.

 

"Nos últimos dias houve um rápido e significativo agravamento da situação do BES", garantiu na declaração pública Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, admitindo mesmo que havia risco de incumprimento por parte do Banco Espírito Santo.

 

"A dimensão das perdas e sua natureza tiveram várias consequências adversas", com o BES a deixar de cumprir os rácios mínimos de capital em vigor. Ficou com um rácio de 5%, em vez dos 7% exigidos. "Abaixo do mínimo regulamentar".

 

Por outro lado, a partir de 4 de Agosto deixaria de ter acesso às operações de política monetária. 

 

Carlos Costa elencou outra razão para a deterioração do BES nos últimos dias. A queda das acções que chegaram ao mínimo de 10,1 cêntimos ou a descida para lixo do rating da DBRS, com possibilidade de novas descidas, juntaram-se aos argumentos de que era preciso actuar, segundo esclareceu Carlos Costa.

 

Por outro lado, "a evidência de falhas de controlo e actos de gestão danosa agravou a incerteza em relação ao seu balanço, inviabilizando uma recapitalização privada num curto espaço de tempo". É que, disse Carlos Costa, "os que manifestaram interesse passaram a estar muito mais cautelosos".

 

E com isto o governador do Banco de Portugal concluiu que existia "o risco sério e o risco incumprimento no curto prazo das suas obrigações [do BES]", o que levaria, consequentemente, ao "não cumprimento de requisitos de autorização para o exercício da actividade bancária".

 

Face à "relevância do BES" no sistema bancário e no financiamento à economia,  havia um risco de contágio que "punha em causa o sistema". Tudo isto explica, no entender do Banco de Portugal, a intervenção concretizada pelo BES, adoptando uma "solução que garantisse a protecção dos depósitos e assegurasse a estabilidade do sistema financeiro".

 

Para Carlos Costa, "o Banco de Portugal foi forçado a tomar medidas imediatas".

Ver comentários
Saber mais BES Carlos Costa Banco de Portugal
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio