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Reguladores autorizam venda dos balcões do Barclays ao espanhol Bankinter
Foi no arranque de 2016 que o Bankinter obteve autorização para a constituição de sucursais na banca e nos seguros para concluir a aquisição do Barclays. A transferência deve acontecer até Abril mas a integração de sistemas deve demorar mais um ano.
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A entrada do grupo espanhol Bankinter em Portugal está mais próxima. Os reguladores da banca e da área de seguros autorizaram a venda da unidade de retalho do Barclays ao banco liderado por María Dolores Dancausa (na foto).
"O Bankinter completou na primeira semana de Janeiro a abertura da sua sucursal bancária, depois de o Banco Central Europeu (BCE) e do Banco de Portugal (BdP) terem dado as autorizações necessárias à compra do negócio de retalho do Barclays em Portugal", assinala um comunicado publicado pelo banco com sede em Madrid esta quarta-feira, 13 de Janeiro.
As autorizações chegam quatro meses depois de a instituição financeira espanhola anunciar o acordo para a compra do retalho do Barclays, incluindo 1.000 trabalhadores e 84 agências, por 100 milhões de euros. Passa para o banco espanhol a carteira de clientes da banca comercial, da banca privada (gestão de fortunas) e ainda da banca de empresas. Na mesma operação, também se inclui a compra, por parte da empresa detida pelo Bankinter em parceria com a seguradora Mapfre, dos seguros do ramo vida do banco britânico.
E também no campo dos seguros já há autorização para constituir uma sucursal em Portugal, através da qual é possível assegurar a aquisição. "A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) autorizou o Bankinter Seguros de Vida, sociedade controlada em 50% pelo Bankinter e pela Mapfre, a constituir a sucursal portuguesa e completar a aquisição do negócio de seguros de vida e pensões com que o Barclays opera no mercado português", assinala também o comunicado.
Integração demora 12 meses
Com as aprovações dadas pelos reguladores, abre-se a porta de Portugal para o Bankinter (que quer aproveitar a economia nacional). Segundo estimativas do banco, os negócios do Barclays serão transferidos ainda no primeiro trimestre de 2016, possibilitando que o Bankinter passe então a controlar os negócios.
Mas nem tudo fica resolvido nesta data. Depois, tem de se avançar para a integração dos processos: "incorporar equipas, equipamentos, sistemas operativos, plataformas tecnológicas, políticas e modelos de negócio das duas entidades bancárias". O que deverá estender-se por cerca de 12 meses, podendo levar até ao início de 2017, segundo estima a instituição sob o comando de María Dolores Dancausa.
Onde é que o Bankinter vai estar
Lisboa é o distrito onde o Bankinter vai estar mais presente, ocupando os 30 balcões do Barclays. No Porto, contará com 15 agências, sendo que, em Faro, são seis as unidades compradas pelo grupo espanhol. Aveiro e Braga contam com cinco balcões cada, sendo que os restantes distritos terão uma presença mais tímida. O Barclays – e portanto o Bankinter – não tem presença física nem na Guarda nem em Portalegre.
Quanto cresce o Bankinter
Com a compra das carteiras do Barclays, o Bankinter vai registar uma subida de 23% do número de agências. Às 362 em Espanha junta as 84 em Portugal. O mesmo ganho é registado na força de trabalho, dado que são 1.000 funcionários em território nacional a somar aos mais de 4.200 no país vizinho. Os 185 mil clientes do Barclays representam um ganho de 30%, sendo que, no crédito, o avanço é de 11% e, nos recursos de clientes (que incluem depósitos), é de 7,7%, segundo dados do banco divulgados em Setembro.
