Depois de querer sair dos balcões tradicionais, o Barclays também quer sair da área de cartões de crédito em Portugal e Espanha, segundo avança a agência Reuters. O Santander, o Bankinter e o Popular já mostraram interesse numa operação em que a entrega de propostas deverá ser feita até esta terça-feira, 19 de Janeiro, de acordo com a Reuters. O fundo americano Apollo também está na corrida. De qualquer forma, em causa estão propostas não vinculativas, pelo que a operação poderá não concretizar-se. 

 

O Barclaycard é uma das várias unidades de negócio que o banco britânico tem em Portugal. A área de retalho, a banca tradicional, com os respectivos balcões, está em processo de venda ao espanhol Bankinter (por 100 milhões de euros) e, em Espanha, a actividade foi vendida ao Caixabank, principal accionista do BPI.

O segmento de seguros vida também foi vendido, por 75 milhões, a uma parceria entre o Bankinter e a Mapfre. O banco de investimento foi mantido, as maiores multinacionais continuaram a ser clientes do Barclays, que também manteve o negócio de cartões de crédito. Só que, segundo a Reuters, está a decorrer um concurso para a venda das operações de crédito em Portugal e Espanha.

 

Há já vários anos que o Barclays diz que a operação em Portugal não é central e é uma das áreas em que actua para cortar a sua exposição a países menos rentáveis. Mas, até aqui, a ideia era a de que a operação dos cartões de crédito seria para manter. O Barclays não fez comentários à Reuters e também ainda não foi possível obter informação oficial por parte da unidade portuguesa. Não há comentários. 

 

As propostas não vinculativas pelo Barclaycard têm de chegar até esta terça-feira, 19 de Janeiro, uma informação que o Negócios também conseguiu confirmar. As fontes da Reuters dizem que o objectivo é que o processo termine em Março. 

 

A agência fala em quatro compradores interessados, ainda que não confirme se houve já entrega de propostas: Santander, Bankinter, Popular e Apollo. Nenhum dos compradores fez comentários à agência nem ao Negócios. As propostas a entregar são não vinculativas, pelo que, se não agradarem ao vendedor, a alienação poderá nunca acontecer. 

 

Segundo a Reuters, este negócio ibérico está avaliado em entre 300 e 600 milhões de euros. Não é claro ainda se terá de haver uma venda conjunta da operação em Portugal e em Espanha - os compradores poderão estar interessados apenas na actividade de um país. A área de retalho do Barclays na Península Ibérica foi, por exemplo, vendida em duas parcelas: a de Portugal está a ser alienada ao Bankinter e a de Espanha foi para o Caixabank.

 

(Notícia actualizada pela última vez com mais informações às 15:57)