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Novo Banco tem em cima da mesa despedimento colectivo de 500 trabalhadores

Depois de uma reunião com a administração, a comissão de trabalhadores do Novo Banco revela que a intenção é cortar 1.000 postos de trabalho, 500 dos quais em despedimento colectivo. O organismo está contra.

Bruno Simão
25 de Fevereiro de 2016 às 15:29
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O Novo Banco vai avançar para um despedimento colectivo. Essa foi a mensagem deixada por Eduardo Stock da Cunha junto da comissão de trabalhadores numa reunião esta quinta-feira, 25 de Janeiro.

 

"No seguimento do plano de reestruturação imposto pela União Europeia e que já se encontra em curso, o banco terá que reduzir em 2016, cerca de 1000 postos de trabalho, sendo suposto que 500 sejam através do recurso a um despedimento colectivo", assinala a comissão de trabalhadores em comunicado, a que o Negócios teve acesso. 

Para já, a posição da comissão de trabalhadores, liderada por Carlos Gonçalves, é clara: "Informámos que não aceitamos nem pactuamos, de forma alguma, com despedimentos colectivos no nosso banco". "Solicitamos a todos os trabalhadores que não assinem qualquer documento, sem previamente consultarem a comissão nacional de trabalhadores ou o seu sindicato", adianta ainda o documento. 

Contudo, ainda estão por definir os critérios que serão utilizados, pelo que ainda não é certa a dimensão do despedimento colectivo. Em breve, a comissão de trabalhadores será informada sobre os mesmos, "bem como das estruturas que poderão vir a encerrar". 

A reunião da administração com a comissão de trabalhadores aconteceu depois de revelados os resultados de 2015: prejuízos de 980,6 milhões de euros. Destes resultados, 78% devem-se, segundo Eduardo Stock da Cunha, ao legado deixado pelo BES (ideia que Ricardo Salgado já veio contestar).

 

"Os trabalhadores do Novo Banco são profissionais sérios e honestos, não tendo quaisquer responsabilidades sobre o que se passou com o BES, em Agosto de 2014", assinala a referida carta da comissão de trabalhadores. 

A comissão, que prefere a nacionalização à venda a privados, vai pedir audiências com o primeiro-ministro, ministros das Finanças, do Trabalho, com os grupos parlamentares e ainda com o governador do Banco de Portugal para "manifestar o absoluto repúdio com esta tentativa de despedimento colectivo".


Despedimento após saídas de 411 funcionários


Contando com 7.722 colaboradores no final de 2014, o Novo Banco fechou o ano passado com 7.311 funcionários. Em Janeiro e Fevereiro deste ano, já foram saindo funcionários através de rescisões. Agora, deverá ficar ainda mais reduzido. 

Em Novembro, o Negócios já tinha avançado que o corte de 1.000 postos de trabalho era a possibilidade inscrita no programa de reestruturação a ser ultimado pelo banco. Confirma-se que o número se mantém apesar de, em 2015, terem, então, saído 411 trabalhadores do quadro da instituição financeira. É um valor insuficiente para os números pretendidos pela Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, que analisa sempre os auxílios estatais concedidos – foi, aliás, ela que obrigou às reduções de pessoal noutros bancos, como é exemplo o BCP.

Apesar de praticamente todos os bancos terem vindo a reduzir os quadros, nomeadamente no âmbito dos remédios implementados após a recepção de ajudas estatais, foram poucos os que recorreram a despedimento colectivo (o BBVA Portugal foi um deles). Em geral, a opção foi sempre a de programas de rescisões amigáveis e de pré-reforma ou reformas antecipadas.


Novo Banco negoceia saída de trabalhadores
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O presidente do Novo Banco recusou divulgar quantos postos de trabalho é que a instituição pretende reduzir no âmbito do plano de reestruturação já aprovado por Bruxelas. Mas revelou que o banco já está a negociar a saída de trabalhadores.



Na conferência de imprensa de ontem, Stock da Cunha já tinha afirmado que estava a preparar mexidas na estrutura do banco mas recusou-se a avançar com metas. "O que temos para dizer, por respeito institucional, vamos dizer primeiro aos sindicatos e às autoridades competentes", declarou então. Agora, depois da reunião com a comissão de trabalhadores, ficou a saber-se o número total previsto. O banqueiro aproveitou ainda para deixar um alerta: "quanto mais fizermos agora, menos temos de fazer depois".

 

(Notícia actualizada com mais informações pelas 15:50)

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