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Carlos Costa vai ao Parlamento explicar despedimentos no Novo Banco

Depois das audições da comissão de trabalhadores e de Stock da Cunha, esta sexta-feira o governador e o vice-governador Berberan Ramalho vão falar aos deputados. O presidente da comissão parlamentar suspeita de despedimento colectivo encapotado.

Miguel Baltazar
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Os despedimentos no Novo Banco vão voltar ao Parlamento. A audição de Carlos Costa e José Berberan Ramalho, governador e vice-governador do Banco de Portugal, já estava na agenda mas vai acabar por acontecer numa altura em que a Autoridade para as Condições do Trabalho avalia a forma como estão a ser conduzidas as rescisões na instituição financeira.

 

É na próxima sexta-feira, 6 de Maio, pelas 14:30, que os dois membros do regulador bancário vão falar aos deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social, sendo que em causa está o processo que levou à redução de mil trabalhadores do quadro do banco.

 

Eliminar 1.000 postos de trabalho, cortando 150 milhões de euros em custos, foi o compromisso assumido pelo Novo Banco junto da Direcção-geral da Concorrência Comissão Europeia devido à injecção de dinheiros públicos aquando da sua constituição, a 3 de Agosto de 2014. Desde o final do ano passado que a entidade sob o comando de Eduardo Stock da Cunha tem vindo a diminuir o quadro, com reformas antecipadas e saídas naturais sem que o número chegasse aos 1.000 pretendidos.

 

Daí que o banco tenha colocado em cima da mesa um despedimento colectivo de 500 trabalhadores mas acabou por avançar, primeiro, para um processo de rescisões amigáveis. Só que nem todos os visados aceitaram – o Negócios noticiou que são cerca de 100 – e estes serão agora alvo de um despedimento colectivo. Mas mesmo antes deste processo, os funcionários foram contactados pelo banco para não comparecerem ao serviço até 31 de Maio, estando impedidos de aceder ao local de trabalho, como noticiaram a RTP e o Público.

 

Neste momento, diz Feliciano Barreiras Duarte, o deputado social-democrata que lidera a comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social, as "suspeitas" dos deputados parecem confirmar que existe um despedimento colectivo "encapotado", como tem defendido a comissão de trabalhadores, que já falou aos deputados. Stock da Cunha rejeitou as alegações dizendo que as rescisões eram necessárias para "garantir a viabilidade da terceira maior instituição financeira portuguesa". Os dados em cima da mesa dados pelos representantes dos funcionários e por Eduardo Stock da Cunha não foram considerados "suficientes" pelos deputados. 

 

"Depois de terem vindo a comissão de trabalhadores e o conselho de administração do Novo Banco, decidiu-se também ouvir estas entidades [Banco de Portugal e Fundo de Resolução]", explicou ao Negócios Feliciano Barreiras Duarte. Foi o PCP que chamou o Fundo de Resolução. O CDS apostou no governador.

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