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Comissão de trabalhadores do Novo Banco: "Mantemos algum cepticismo"
"A única coisa boa é que o despedimento colectivo não avança já", diz Rui Geraldes, da comissão de trabalhadores do Novo Banco, lamentando não saber ainda as condições oferecidas nas rescisões.
Apesar de verificar que há um recuo por parte da administração do Novo Banco, ao avançar primeiro com um programa de rescisões por mútuo acordo em vez de encetar já um despedimento colectivo, a comissão de trabalhadores tem ainda dúvidas.
"Nós registamos um ligeiro recuo da administração. Mas mantemos algum cepticismo", defende Rui Geraldes, coordenador da comissão de trabalhadores, em declarações ao Negócios.
O organismo que representa os funcionários do Novo Banco não conhece ainda as condições em que se vai proporcionar este programa, que vai ser dirigido a um grupo específico de funcionários. Embora haja dúvidas, há uma certeza: "em vez de ser um programa selectivo, devia ser aberto a todos os que queriam sair", comenta Rui Geraldes.
"A única coisa boa é que o despedimento colectivo não avança já", conclui o coordenador da comissão de trabalhadores, lamentando que ainda não se conheçam as condições que serão oferecidas neste plano.
O objectivo da administração do Novo Banco é concluir, num curto espaço de tempo, o programa de rescisões por mútuo acordo. A intenção é fechar o programa com 500 trabalhadores (o número acordado com a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia depois de já ter conseguido a saída de outros 500 através, por exemplo, de reformas antecipadas).
Contudo, se tal não acontecer, haverá um despedimento colectivo, ainda que de menor dimensão, já que não afectará os 500 funcionários inicialmente previstos.
Sindicatos apoiam solução
Contactado pelo Negócios, Rui Riso, do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, que pertence à Febase, confessa que não tinha a indicação de que, para já, o despedimento colectivo não avança. Mas lembra que essa sempre foi a sua posição: "Os sindicatos da Febase sempre disseram que tudo fariam para evitar o despedimento colectivo", disse ao Negócios, acrescentando que a sua proposta era que se avançasse, primeiro, para "programas de rescisões por mútuo acordo".
É isso que vai acontecer, pelo que, mesmo a haver despedimento colectivo, o número deverá ser mais reduzido do que os 500 trabalhadores inicialmente falados. "Uma coisa é falar de um processo de despedimento colectivo de 500 pessoas, outra é de 10, 20…", indica o responsável sindical. Para Rui Riso, o importante é que "não saiam as pessoas que querem ficar" no banco.