O economista Nogueira Leite defendeu esta quarta-feira, 23 de Novembro, que ainda "há muito para acontecer" na banca portuguesa, um sector onde se reflecte "a situação histórica" em que ao elevado endividamento se junta uma grande falta de capital no país.

"Ao contrário do que aconteceu na Europa, na banca portuguesa houve um grande crescimento dos balanços de 2008 a 2011", explicou o antigo vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos na Grande Conferência do Jornal de Negócios subordinada ao tema Que direcção para Portugal e a Europa? "Num país onde há pouco capital a capitalização dos bancos é uma coisa difícil," admitiu.

Neste cenário, acrescentou o economista (à esquerda na foto), não se perspectiva resolver os problemas "sem grandes sobressaltos", até porque vivemos "num período de grande incerteza".

Questionado sobre se prevê movimentos de consolidação no sector, o economista respondeu que, "se Portugal atraísse capital com facilidade, sim".

No entanto, considerando que os accionistas já têm de estar dispostos a receber retornos baixos, para investir na banca portuguesa, "é preciso ser um accionista muito especial".

"Acabamos por ter sempre uns accionistas especiais. Não estou a desvalorizar, mas não é o típico accionista. São outros. Têm outros projectos, talvez de mais longo prazo", concretizou.