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Elisa Ferreira: Nem a Europa nem o euro nos protegeram dos riscos da globalização
Há soluções técnicas para tornar a UE e o euro escudos protectores do padrão de vida dos europeus. Falta é vontade política, diz a ex-eurodeputada e actual administradora do Banco de Portugal.
Elisa Ferreira considera que a União Europeia falhou na sua promessa de proteger os cidadãos dos seus países-membros dos efeitos nefastos da globalização, e que a pertença à Zona Euro, em particular, acabou por reduzir a margem de manobra dos governos para fazer face a esses riscos, sendo o resultado uma Europa com várias linhas de fractura, em vez de um território mais convergente.
"Sucessivamente o que temos visto é que a Europa não tem sido uma protecção para os riscos da globalização e, sobretudo no caso da Zona Euro, esta reduziu, em vez de alargar, o campo das soluções".
Falando a título pessoal na conferência anual do Negócios, que decorre nesta quarta-feira, 23 Novembro, em Lisboa, a ex-eurodeputada e actual administradora do Banco de Portugal disse existirem, porém, "soluções técnicas" para retomar o caminho da convergência, designadamente entre um Norte mais próspero e um Sul mais endividado e com maior desemprego.
"Falta é vontade política", apontou, considerando "absolutamente essencial" avançar, no âmbito da união bancária, com um fundo comum de protecção dos depósitos, assim como com "mecanismos de protecção da dívida soberana".