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Marcelo: "Processo de estabilização política e social foi lento, mas superou as expectativas"
Durante a Grande Conferência de 2016 do Negócios, o Presidente da República assinalou as suas perspectivas para o futuro, mas olhou para o que foi conseguido neste ano especificamente na área política e social.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que foi percorrido um longo caminho desde que tomou posse como Presidente da República e identifica muitos desenvolvimentos positivos.
"Mais depressa encontrava cépticos do que optimistas. Quando seria a próxima crise política? Na Primavera, Verão, Outono?", lembrou, durante a abertura da conferência do Negócios, esta quarta-feira, 23 de Novembro, em Lisboa, acrescentando que tinha de explicar a observadores e agentes económicos e financeiros que o caminho não tinha de ser negativo. "Duvidava-se da estabilidade política, social […] e perguntava-se sobre quanto tempo duraria o Executivo e se seriam aprovados os dois orçamentos deste ano."
Uma das traves centrais deste processo foi a estabilização da situação política e social portuguesa. Marcelo elogiou o facto de não existir um "centrão pouco clarificador", que permite saber o que é proposto de cada uma das forças políticas. Apontou também para a ligação com os parceiros sociais que, embora influenciada pela proximidade a alguns dos partidos que fazem parte da solução governativa – leia-se sindicatos e PCP -, "em termos de greve e absentismo vivemos um período que não veio agravar a complexa situação económica e financeira". "O processo de estabilização política e social foi lento, mas superou as expectativas", acrescentou. "Estamos no final de 2016 e podemos dizer que esses problemas foram razoavelmente ultrapassados."
Outro desafio era saber se o novo Governo seria capaz de ter um rigor financeiro que respeitasse os compromissos europeus. "Também isso era uma incógnita", admitiu o Presidente, que frisou a necessidade de "prosseguir o caminho do controlo do défice, essencial para controlar a dívida pública". E as notícias têm sido positivas: "A execução de 2016 mostrou até agora que tem acompanhado o compromisso essencial assumido perante as instituições."
Para Marcelo, o contexto europeu diferente e estes sinais positivos nas contas públicas "permitiram que o espectro de sanções e a suspensão de fundos não conhecessem concretização".
"Há dados que política financeira que têm de ser de regime", sublinhou. "Pode haver caminhos diversos na forma de concretização, mas tem de haver a percepção clara de que há pontos comuns."