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Marcelo: "Toda a gente já tinha noção" de que "havia falta de capital" na CGD
Instado a comentar o "desvio" de 3.000 milhões de euros no plano definido para o banco público, o Presidente da República não quis "entrar" na luta de responsabilidades. E afirma que se saberá em "momento oportuno" qual o montante a injectar.
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Marcelo Rebelo de Sousa não quis entrar no empurra-culpas entre os principais partidos políticos sobre as responsabilidades na Caixa Geral de Depósitos. Mas deixou claro que os problemas no banco não são surpresa nenhuma.
"Toda a gente já tinha noção de que, quando se falava de reestruturação e capitalização da Caixa, é porque havia falta de capital", disse o Presidente da República, que se encontra em Trás-os-Montes, aos jornalistas, em declarações transmitidas pela RTP 3.
O Chefe de Estado voltou a comentar o tema Caixa Geral de Depósitos, desta vez depois de o ministro das Finanças, Mário Centeno, ter dito no Parlamento que há "um desvio enormíssimo no plano de negócios que o Governo anterior geriu com a CGD que atinge verbas superiores a 3.000 milhões de euros".
É por esse motivo, explicou o governante aos deputados, que é necessário a injecção de capital no banco para que o planeado pelo Governo anterior e a Comissão Europeia, em 2012, aquando da ajuda pública. Já segundo Marcelo, vai "saber-se em tempo oportuno qual o montante de capital que faz falta". "Que se falava de montante de capital em falta já era assim", disse Marcelo, insistindo que o importante, e que está na base das negociações com a Direcção-Geral da Concorrência, é que o dinheiro mobilizado não seja contabilizado no défice orçamental.
Centeno atirou culpas para o Governo de Passos Coelho e para a antecessora Maria Luís Albuquerque mas Marcelo Rebelo de Sousa não quis fazer comentários: "O Presidente da República não entra nessas questões". E adiantou que tanto pode ser "responsável" a direita como a esquerda, o "Governo anterior ou o Governo anterior ao anterior".