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Esquerda tem mais um deputado que a direita na comissão de inquérito ao Banif

A comissão de inquérito ao Banif toma posse a 3 de Fevereiro, um mês e meio depois da intervenção estatal. O PSD e o CDS conta, na comissão, com menos um deputado que o PS, o BE e o PCP.

Bruno Simão
27 de Janeiro de 2016 às 15:30
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Sete deputados do Partido Socialista, um deputado do Bloco de Esquerda e um do Partido Comunista Português: são nove os parlamentares que vão representar os chamados partidos de esquerda na comissão parlamentar de inquérito ao Banif. Do outro lado, serão sete os deputados do Partido Social Democrata e um do CDS-PP, totalizando oito do lado direito do espectro político.

 

A esquerda tem assim maioria numa comissão de inquérito (tal como tem no Parlamento) que, apesar de ainda não ter oficialmente começado, já mostrou divergências entre PS, BE e PCP, que dão suporte ao actual Governo de António Costa, em relação aos partidos PSD e CDS, base da coligação governamental liderada por Pedro Passos Coelho. O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) optou por não participar na comissão de inquérito. 

 

A composição do inquérito parlamentar ao Banif, uma iniciativa que foi aprovada na semana passada pelo Parlamento, foi anunciada pelo porta-voz da conferência de líderes, Duarte Pacheco, esta quarta-feira, 27 de Janeiro, segundo cita a agência Lusa. E a organização da composição tem importância já que, até aqui, nas várias discussões que tem havido sobre o tema Banif, fica claro que, apesar de alguma diferença nos alvos, a esquerda tem um ataque comum, em que acusa o Governo de Passos Coelho de inacção. Do outro lado, a direita levanta dúvidas sobre a intervenção feita, sob a alçada do Executivo (suportado pela esquerda), no banco.

 
Tomada de posse a 3 de Fevereiro

Na conferência de líderes parlamentares desta quarta-feira, foi decidido que a tomada de posse da comissão de inquérito ao Banif, a quinta dos últimos oito anos que tem a banca como tema, vai ser na próxima quarta-feira, 3 de Fevereiro. Até esta sexta-feira, 29 de Janeiro, os partidos têm de avançar com os nomes dos elementos que vão compor a comissão de inquérito.

Há partidos em que já há deputados que têm falado recorrentemente sobre o tema. Do lado do PSD, António Leitão Amaro, ex-secretário de Estado do Governo de Passos Coelho, tem assumido a liderança de tema. Mariana Mortágua, do BE, e Miguel Tiago, do PCP, também têm dado a cara nas discussões sobre o Banif depois de terem sido os representantes dos seus partidos na comissão de inquérito ao BES.

 

Só depois da tomada de posse é que se definem como irão decorrer os trabalhos da comissão que tem poderes semelhantes a autoridades judiciais, como os de inquirição. Por exemplo, só depois é que serão debatidos e escolhidos os nomes de quem vai responder, em audição, aos deputados para explicar este tema.

 

Já há uma iniciativa prometida

 

Para já, há uma iniciativa que é certa. Depois de a esquerda ter chumbado a realização de uma auditoria externa e independente paralela à comissão de inquérito, como queria o PSD, o Bloco anunciou que vai propor uma auditoria idêntica mas dentro da comissão, para que não se possa separar o lado político do lado técnico.

 

Esta sexta-feira, ainda fora do âmbito da comissão de inquérito, o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, vão falar aos deputados da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. É numa sexta-feira a partir das 17:00 que o governador vai falar, pela primeira vez, sobre a intervenção que ditou a venda do Banif ao Santander Totta numa operação que envolveu 2.255 milhões de euros no imediato mas que poderá, ainda, custar mais de 3.000 milhões. 

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