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Economistas unem-se para que alterações no BCP e Novo Banco respeitem interesses nacionais

Não é um manifesto contra a espanholização do sistema bancário nacional mas é um grupo de reflexão que pretende garantir que a recomposição accionista de bancos como o BCP não seja feita de forma semelhante à do Banif.

Miguel Baltazar/Negócios
29 de Abril de 2016 às 16:12
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"Reconfigurações estão a chegar". É assim que se apresenta o site oficial de um grupo de trabalho que junta antigos economistas e ex-governantes que tem um objectivo: uma banca portuguesa que respeite os interesses nacionais e que não esteja sob o excessivo poder das instâncias europeias.

Alberto Regueira, António Barreto, João Salgueiro, José António Girão, Júlio Castro Caldas e Manuel Pinto Barbosa são os directores do grupo de reflexão que defende que, nas alterações accionistas que estão a decorrer em Portugal como no BCP e no Novo Banco, se tenha em "conta os interesses nacionais" e que se assegure que "os pré-requisitos indispensáveis ao desenvolvimento sustentável do país não são comprometidos".

 

A constituição do grupo, revelada em comunicado enviado às redacções e que conta com Manual Ferreira Leite e Eduardo Catroga, dá-se porque os subscritores consideram que "a crise do sector bancário em Portugal e o recente arranque da implementação da União Bancária Europeia tornam inevitável uma profunda reconfiguração do nosso sector financeiro". Há casos concretos em Portugal.


"A situação espoletada com o Banif levou a que este grupo de pessoas olhasse para o futuro da banca em Portugal com especial atenção, defendendo que não deverá acontecer o mesmo com o Novo Banco ou com o BCP. Fazem, por isso, críticas à actuação do Banco Central Europeu, afirmando que é fundamental garantir a existência da  concorrência no que respeita à origem dos capitais e dos interesses que lhe estão associados, não centralizando  o foco  num único país estrangeiro", indica o texto enviado às redacções.

 

Certo é que não é um manifesto contra a espanholização da banca portuguesa, como chegou a ser antecipado. O Expresso já tinha noticiado que haveria um movimento derivado dessa ideia mas que também ele próprio foi alvo de reconfiguração. Já não é contra a espanholização. Mas, na prática, a defesa é a mesma: combater um poder significativo de Bruxelas (Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia) e de Frankfurt (BCE) que ditam quem pode, efectivamente, ser accionista de bancos.


No comunicado enviado às redacções, os promotores do grupo de reflexão – em que estão também pessoas como Bagão Félix, Freitas do Amaral e Rui Rio – "consideram que é urgente combater o excesso de dirigismo das autoridades europeias, que com a anuência/conivência das autoridades nacionais, estão a reconfigurar  o sector bancário português sem ter em linha conta as necessidades do tecido empresarial e da sociedade portuguesa, no quadro da sua internacionalização, com vista ao desenvolvimento".

O texto do manifesto será revelado na íntegra no início de sábado, dia 30 de Abril. 



Tome nota
Quem está no grupo de reflexão Segundo o comunicado enviado às redacções, são cinco os directores do grupo de reflexão: Alberto Regueira, António Barreto, João Salgueiro, José António Girão, Júlio Castro Caldas e Manuel Pinto Barbosa.

Mas já há participantes do grupo: António Bagão Felix, Diogo Freitas do Amaral, Eduardo Catroga, João Ferreira do Amaral, José Roquette, Manuela Ferreira Leite, Miguel Beleza, Nuno Morais Sarmento e Rui Rio.

 

(Notícia actualizada às 16:44 com mais informação; corrigida às 17:44: Corrige nome de Diogo Freitas do Amaral)

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