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Espanholização da banca: vem aí um manifesto (act.)

O empresário Alexandre Patrício Gouveia e o ex-banqueiro João Salgueiro estão a liderar os trabalhos para criar um manifesto contra o domínio espanhol na banca portuguesa. Objectivo é juntar 50 personalidades.

Costa propôs a Marcelo que este se reunisse de forma regular com os ministros do seu Governo. Depois das eleições de domingo, Costa prometeu 'máxima lealdade institucional' ao Presidente eleito.
Bruno Simão/Negócios
21 de Março de 2016 às 09:09
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A notícia foi revelada, este domingo, pelo comentador da SIC, Luís Marques Mendes: está a ser preparado um manifesto contra o domínio dos bancos espanhóis das instituições financeiras em Portugal. Segundo desenvolve esta segunda-feira, 21 de Março, o Diário de Notícias, o empresário Alexandre Patrício Gouveia é um dos promotores da iniciativa. Patrício Gouveia foi adjunto para os Assuntos Económicos de Pinto Balsemão, quando este foi primeiro-ministro. E foi um dos criadores do Compromisso Portugal, há dez anos, um movimento que defendia a manutenção dos centros de decisão nacional em Portugal. 

Também o ex-banqueiro e antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, está a ser associado a este movimento, segundo o Diário de Notícias. Manuel Pinto Barbosa, antigo "chairman" da TAP, estará igualmente entre os subscritores do projecto, que terá ainda contactado João Duque, economista, para fazer parte do movimento, de acordo com a notícia do Diário Económico, que acrescenta que o manifesto deverá ser divulgado a 5 de Abril.  

O objectivo da iniciativa é angariar um mínimo de 50 assinaturas de personalidades de relevo da economia nacional, entre empresários e economistas. Os contactos ainda estão numa fase inicial. 

A espanholização da banca nacional é um tema que tem ganho fôlego nas últimas semanas, na sequência da compra do Banif pelo Santander Totta, já depois de o La Caixa ter entrado em choque com Isabel dos Santos no BPI, deixando em aberto o cenário de aquisição da totalidade do seu capital pelo grupo espanhol. Isto, enquanto decorre a venda do Novo Banco, cujo vencedor poderá também ser espanhol, de acordo com os primeiros sinais do processo de venda liderado pelo Banco de Portugal. 

O eventual domínio do sector por grupos espanhóis foi mesmo motivo de um alerta do novo Presidente da República, nos primeiros dias de mandado. "É importante haver uma participação significativa, o que é diferente de haver um exclusivo. É uma posição de fundo. Nenhuma economia deve ter uma posição exclusiva noutra economia", assumiu Marcelo Rebelo de Sousa na sua visita oficial a Espanha. 

Neste contexto, este sábado, o Expresso noticiou que o primeiro-ministro António Costa e a empresária angolana Isabel dos Santos terão acordado sobre a sua saída do capital do BPI a favor do La Caixa, abrindo o caminho para uma possível entrada de controlo no BCP, onde a sociedade angolana Sonangol tem uma posição de domínio. 

(notícia actualizada às 13:39 com mais informação, incluindo nomes de mais subscritores do manifesto)

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