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Domingues despede-se da CGD assumindo autoria da capitalização

Na mensagem que enviou aos trabalhadores, António Domingues diz ter cumprido os objectivos definidos. Os atrasos na capitalização não se devem a si: "O calendário final da capitalização resulta de decisão accionista".

Miguel Baltazar
30 de Dezembro de 2016 às 11:50
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António Domingues despediu-se da Caixa Geral de Depósitos com uma carta aos trabalhadores. Na mensagem, assume a autoria do plano de capitalização e do plano estratégico.

 

"O plano de capitalização da CGD e o plano estratégico, construído pelas equipas da CGD, apresentado e negociado com o accionista e com as autoridades europeias, são os produtos visíveis de um programa de trabalho muito intenso que nos ocupou nos últimos meses, com vista a criar as condições para o crescimento sustentado da Caixa Geral de Depósitos", assinala António Domingues numa missiva a que o Negócios teve acesso.


Segundo Domingues, as metas face às quais se comprometeu foram alcançadas: "Cumprimos com os objectivos, a capitalização da empresa fora das ajudas de estado, e com os prazos definidos".

 

A afirmação é proferida apesar de a capitalização ter sido empurrada para 2017, incluindo a conversão do CoCos e a integração na Parcaixa, de 1.450 milhões de euros, que estava prevista para este ano. Em relação a isso, Domingues atira para o Ministério das Finanças, representante do accionista Estado: "O calendário final da capitalização resulta de decisão accionista".

 

A missiva é distribuída ao quadro de pessoal no final do mandato, marcado para 31 de Dezembro. "Este período corresponde, por coincidência, ao final do ano de 2016 e ao fim do meu mandato como presidente do conselho de administração e presidente da comissão executiva". Na sequência da polémica da ausência de entrega de declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional por parte da equipa que liderava, e por não ter havido apoio político para essa decisão, Domingues demitiu-se em Novembro, com efeitos no final de Dezembro. Paulo Macedo foi o nome escolhido para o substituir.

 

Na mensagem aos trabalhadores, António Domingues admite que esta passagem pelo banco público, após a vice-presidência do BPI, foi inesquecível. "Foi uma experiência extraordinariamente rica, que não esquecerei". "Quero agradecer a extraordinária experiência profissional, e pessoal, que me deram a oportunidade de viver", acrescentou.

 

Há, na carta, um elogio aos funcionários: "Manter a confiança dos clientes e realizar a maior parte dos objectivos definidos num período particularmente difícil e num enquadramento, no mínimo, desafiante, testemunham o vosso profissionalismo e empenho".

Na próxima semana, a 4 de Janeiro, António Domingues vai ao Parlamento, mais propriamente à comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, explicar os motivos da sua demissão.

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