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Finanças defendem que recusa de Domingues não afecta transição na CGD

O gabinete de Mário Centeno antecipa que a entrada da equipa de Paulo Macedo na CGD aconteça "nos próximos dias", mas ainda aguarda a análise do Banco Central Europeu.

Miguel Baltazar
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O Ministério das Finanças defende que a recusa de António Domingues em manter-se em funções para lá do seu mandato, conforme o Negócios noticiou, não vai colocar em causa a transição das administrações.

 

"Confirma-se que António Domingues declinou o pedido feito para se manter em funções por mais uns dias", responde o gabinete de imprensa de Mário Centeno depois de noticiado pelo Negócios que, ao contrário do que foi veiculado inicialmente pelas Finanças, afinal o antigo presidente da CGD não fica até à entrada de Paulo Macedo.

 

Segundo a nota das Finanças divulgada esta segunda-feira, "o período de transição será inteiramente assegurado pelos membros da actual administração que mantêm os respectivos mandatos".

 

Com a saída de sete administradores, incluindo Domingues, o Governo conta apenas com os quatro gestores que ainda fazem parte do conselho de administração para assegurar a gestão corrente do banco público. São eles Rui Vilar, João Tudela Martins, Tiago Ravara Marques e Pedro Leitão. Destes, a nova equipa, que tem como Paulo Macedo como presidente executivo, só contará com o próprio Vilar, como presidente da administração, e com João Tudela Martins. A restante nova administração está à espera do aval de Frankfurt. Até à sua entrada, apenas os quatro gestores estão em plenos poderes, o que impede decisões que exijam o "ok" da administração. 


É "expectável que a nova equipa tome posse nos próximos dias", indica ainda a nota das Finanças. Neste momento, o Banco Central Europeu, que tem no seio do Mecanismo Único de Supervisão a responsabilidade por olhar para a CGD, ainda faz a obrigatória análise aos novos membros executivos do banco público.

 

Em Novembro passado Domingues pediu a demissão da CGD, para onde entrara em Agosto, depois da polémica em torno da obrigatoriedade da entrega da declaração de rendimentos, durante a qual sentiu não ter o apoio político necessário.

 

Esta quarta-feira, 4 de Janeiro, António Domingues vai ao Parlamento, mais propriamente à comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, explicar os motivos da sua demissão. Nesse dia, é expectável o início da capitalização da CGD, com a conversão do CoCos e a integração na Parcaixa, de 1.450 milhões de euros. Ao todo, a capitalização do banco atinge os 5.160 milhões.

A 30 de Dezembro, o último dia de 2016 em que a CGD funcionou e o último dia útil em que Domingues estava no cargo, foi enviada uma carta aos trabalhadores em que o ainda presidente assumiu para si a responsabilidade pelo processo de capitalização mas em que atirava para o accionista Estado, representado pelas Finanças, o atraso na sua implementação. 

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