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Afinal Domingues recusa ficar na Caixa até à chegada de Macedo
Reviravolta na CGD. Domingues recusa ficar mais tempo. Conselho de administração não pode tomar decisões. Gestão corrente assegurada pelos quatro administradores que ficaram no banco público.
António Domingues rejeita prolongar o seu mandato à frente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) até final de Janeiro, tendo informado o ministro das Finanças disso mesmo na sexta-feira, 30 de Dezembro, ao final do dia, sabe o Negócios.
O adiamento da saída acautelava a demora na entrada de Paulo Macedo para o banco público, que ainda espera o aval de Frankfurt. Até à nomeação da nova equipa, a gestão corrente da Caixa será assegurada pelos quatro administradores que permanecem no banco, que não podem, no entanto, tomar decisões que exijam o ok do conselho de administração.
Na recusa enviada ao ministro Mário Centeno, o líder da Caixa que se demitiu a 25 de Novembro, adianta que não era possível assegurar as condições jurídicas para aceitar o prolongamento do mandato por mais um mês face ao final de Dezembro - data em que terminaria funções.
A resposta constitui um volte-face em relação à informação prestada por fonte oficial das Finanças que, na tarde de sexta-feira, adiantou ao Negócios que Domingues e a restante equipa tinham concordado em adiar a sua saída do Banco.
Este adiantamento era essencial para permitir manter um conselho de administração em plenas funções enquanto não chegasse a nova administração liderada por Macedo. A 19 de Dezembro, o Banco Central Europeu (BCE) já tinha na sua posse os novos nomes para analisar, mas as férias de Natal e Ano Novo congelaram a decisão, que só é esperada para depois de 10 de Janeiro.
Sem a equipa de Domingues no banco, as Finanças contam com os quatro gestores que ainda fazem parte do conselho de administração para assegurar a gestão corrente do banco público. São eles Rui Vilar, João Tutela Martins, Tiago Ravara Marques e Pedro Leitão.
Estes gestores podem garantir as medidas que têm de ser tomadas no dia-a-dia do banco, mas não podem tomar decisões que exijam deliberação do Conselho de Administração. Este cenário poderá levar o BCE a tomar decisões mais rapidamente.