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Deutsche Bank pode cortar mais 1.000 empregos na Alemanha
A Bloomberg avança que o acordo entre o banco e os sindicatos, a fechar esta semana, poderá passar pela redução de mais 1.000 postos de trabalho no país. Os serviços centrais deverão ser os mais afectados.
Depois de ter acordado a saída de 3.000 funcionários em Junho, o Deutsche Bank deverá chegar a um entendimento para cortar mais 1.000 postos de trabalho, de acordo com informações obtidas pela agência Bloomberg.
Um grupo de sindicatos terá de dar o aval às referidas rescisões que vão ocorrer na Alemanha, sede de origem do Deutsche Bank. O banco, que deverá apresentar os resultados relativos ao terceiro trimestre este mês, já tinha acordado os cortes de 3.000 postos de trabalho em Junho passado.
Segundo a Bloomberg, a maior parte das reduções de postos de trabalho agora pretendidas serão conseguidas nos serviços centrais, mais do que nas agências.
Foi em Outubro do ano passado que começou a anunciada diminuição de custos que passava pela eliminação de 35 mil postos de trabalho no seu todo: 9.000 a tempo inteiro, 6.000 funcionários externos e 20.000 afectadas na venda de activos. O objectivo era cortar 9.000 logo em 2015, depois de elevados prejuízos que obrigou à suspensão do pagamento de dividendos. Desde aí, têm surgido várias notícias sobre o banco e, de tempos a tempos, surgido a desconfiança dos investidores.
A forma como a Alemanha vai lidar, politicamente, com eventuais necessidades do banco tem causado alguma tensão e ainda esta segunda-feira o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, veio sublinhar a ironia de o presidente executivo do banco, John Cryan, mencionar a "especulação" como causa da queda em bolsa.
Merkel teve uma posição dura no que diz respeito a injecções de capital consideradas auxílios do Estado noutros países da Zona Euro, o que dificulta uma intervenção pública no banco alemão. A Europa, pela voz do líder do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem, também já o afirmou. Aliás, a forma como a Alemanha lidar com este caso poderá ser um sinal para Portugal, que ainda tem a venda do Novo Banco por resolver.
Tudo começou com a notícia de que a justiça americana queria impor uma multa de 14 mil milhões de dólares ao Deutsche Bank por irregularidades na negociação de instrumentos associados a hipotecas. O impacto na solidez do banco germânico motivou as preocupações dos investidores.