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Deutsche Bank está a estudar cenários para reforçar capital
Apesar de prosseguirem as negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, o banco alemão já está a estudar vários cenários para reforçar capital e enfrentar a penalização das autoridades norte-americanas.
O Deutsche Bank ainda está em negociações com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para tentar chegar a um acordo sobre a coima a pagar pela venda irregular de instrumentos financeiros associados a hipotecas. Paralelamente, o banco está a estudar as várias opções que tem disponíveis para reforçar os seus capitais e garantir que consegue enfrentar esta penalização.
E há vários cenários em cima da mesa. Segundo avança a Bloomberg, o banco alemão está em conversações informais com bancos de investimento para explorar as alternativas, que incluem a realização de um aumento de capital, caso o valor final da coima o exija.
Os assessores das principais empresas de Wall Street estão em contacto com representantes do Deutsche Bank e a discutir ideias, entre as quais uma emissão de acções e a venda de activos.
O Financial Times avança que uma das opções que estão a ser estudadas pelo Deutsche Bank é a venda de uma participação minoritária na sua gestora de activos, que tem 719 mil milhões de euros de activos sob gestão.
"Eles têm de fazer alguma coisa com o negócio de gestão de activos e a venda de uma participação minoritária é o que faz mais sentido", afirma uma fonte próxima do banco, citada pelo Financial Times.
A estratégia que o Deutsche Bank irá adoptar dependerá, em grande medida, da dimensão da coima, que poderá variar entre 4 e 8 mil milhões de euros, de acordo com as estimativas da Bloomberg Intelligence. Inicialmente, foi fixada em 14 mil milhões de dólares pelas autoridades norte-americanas.
Apesar de ter negado qualquer envolvimento no processo, o Governo alemão estará em conversações com as autoridades dos Estados Unidos para ajudar o banco a alcançar um bom acordo. De acordo com informações avançadas pela Reuters esta quinta-feira, tem havido "contacto a todos os níveis" entre responsáveis alemães e norte-americanos. Uma notícia que o ministro germânico das Finanças, Wolfgang Schaeuble, se recusou a comentar.
Já a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, afirmou ontem que, quanto mais cedo o banco chegar a um acordo com os Estados Unidos "melhor".
"Um mau acordo é sempre melhor do que um bom julgamento", disse Lagarde à Bloomberg TV.
As acções do Deutsche Bank estão a subir 2,20% para 12,30 euros, depois de terem perdido 0,29% na sessão de ontem.