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Deutsche Bank confirma fim de mais 1.000 empregos na Alemanha

Em Junho, foram 3.000. Em Outubro, são mais 1.000. Ao todo, o Deutsche Bank acaba com 4.000 empregos no seu país. No mundo, são 9.000. O banco germânico diz que saídas vão ser feitas de forma "socialmente responsável.

Bloomberg
06 de Outubro de 2016 às 16:10
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O Deutsche Bank vai mesmo acabar com mais 1.000 postos de trabalho na Alemanha. Foi o banco germânico que o confirmou esta quinta-feira, 6 de Outubro, depois de notícias, na segunda-feira, darem conta da possibilidade.

 

"Depois de anunciados os acordos relativos à redução de 3.000 postos de trabalho em Junho de 2016, serão reduzidos, agora, mais 1.000 empregos. O número total de cortes de postos de trabalho na Alemanha sobe, assim, para 4.000. Os números fazem parte dos 9.000 empregos que estão a ser cortados em todo o mundo para tornar o grupo mais competitivo", indica um comunicado do Deutsche Bank.

 

Os 9.000 postos são a tempo inteiro. Contudo, desde Outubro que se sabe que também seriam muitos mais os empregos afectados, fosse com o corte com 6.000 funcionários externos fosse com os 20.000 trabalhadores de activos entretanto vendidos pelo banco que, pela frente, tem a pagar uma multa imposta pelos Estados Unidos pela venda irregular de instrumentos financeiros. O valor inicial da multa era 14 mil milhões de dólares mas haverá negociações para um montante menos agressivo - Berlim está, aliás, a interceder em Washington pelo Deutsche Bank, como noticiou a Reuters. 

 

O fim de mais 1.000 postos de trabalho no país de origem foi acordado com as comissões de trabalhadores do grupo, segundo o comunicado. "Estamos totalmente cientes de que a decisão de hoje é uma mudança difícil com impacto pessoal significativo em muitos trabalhadores. Garantimos que qualquer redução de pessoal será feita de uma forma socialmente responsável", assegura o administrador com o pelouro dos recursos humanos, Karl von Rohr, citado no comunicado.

 

Os postos de trabalho que serão eliminados no Deutsche Bank dizem respeito a várias áreas de serviços centrais como recursos humanos, departamento de comunicação e responsabilidade social mas também os ramos de "research" e de gestão de activos do grupo.
 

Sob pressão dos mercados, o banco alemão diz, no comunicado, que pretende ajudar os funcionários afectados na "procura de novos postos de trabalho fora do grupo, quando necessário".

A pressão sobre o banco alemão, que não é nova, intensificou-se com a notícia da multa norte-americana e as dúvidas sobre o impacto na sua solidez. A forma como a Alemanha vai lidar, politicamente, com eventuais necessidades do banco tem causado alguma tensão e ainda esta segunda-feira o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, veio sublinhar a ironia de o presidente executivo do banco, John Cryan, mencionar a "especulação" como causa da queda em bolsa. Esta quinta-feira os papéis do banco caem 0,36% em Frankfurt para os 12,03 euros. 


Merkel teve uma posição dura no que diz respeito a injecções de capital consideradas auxílios do Estado noutros países da Zona Euro, o que dificulta uma intervenção pública no banco alemão. A Europa, pela voz do líder do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem, também já o afirmou. Aliás, a forma como a Alemanha lidar com este caso poderá ser um sinal para Portugal, que ainda tem a venda do Novo Banco por resolver.

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