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Cenário em que BCP chumbou tem probabilidade muito baixa de ocorrer

A realidade está a mostrar-se melhor que o cenário base dos testes de stress. Por isso, o cenário adverso tem, neste momento, uma probabilidade muito baixa de ocorrer, sublinha o Banco de Portugal.

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Outubro de 2014 às 15:39
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Os testes de stress à banca europeia tinham como ponto de partida dois cenários macroeconómicos distintos. Um deles é o cenário base, aquele que teve como base as estimativas no final de 2013; o outro é o cenário adverso, que parte de desvios às previsões.

 

O cenário base parte de uma previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) português de 0,8% em 2014, atingindo 1,7% em 2016. Na União Europeia, o crescimento económico é, nesta previsão, de 1,5% no presente ano e de 1,8% dentro de dois anos.

 

Neste cenário base, a estimativa oficial apontava para uma quebra da taxa de desemprego nacional de 16,8%, este ano, e para 14,5% em 2016. As taxas de juro associadas à dívida portuguesa a dez anos estariam, este ano, nos 5,1% e subiriam gradualmente nos dois anos seguintes. Já os preços dos imóveis verificariam uma descida de 5,6% este ano, reduzindo-se até 1,3% em 2016.

 

A questão é que este cenário de base, calculado com as estimativas que existiam no final de 2013, já não se está a concretizar. "Comparativamente com as projecções mais recentes, apenas a taxa de crescimento do PIB para 2014 é idêntica à do cenário de base", diz o comunicado do Banco de Portugal com o resultado dos testes de stress. A estimativa é agora de 0,9% e não 0,8%.

 

"Nas variáveis do desemprego, das ‘yields’ da dívida pública e dos preços da habitação tem-se verificado uma evolução mais favorável", assinala o comunicado. A taxa de desemprego prevista é 14,2%, as taxas de juro seguem nos 3,4%, os preços dos imóveis residenciais registam uma quebra de 3%.

 

Com a realidade a mostrar-se, em Portugal, mais favorável do que o cenário base, o Banco de Portugal sublinha que o cenário adverso está praticamente fora de questão. "Face a esta evolução, as projecções do cenário adverso, sendo muito mais gravosas do que as do cenário base, têm, neste momento, muito menor probabilidade de ocorrer".

 

Neste cenário mais gravoso, o PIB caía 0,8% em 2014 e 1,1% em 2016, com a taxa de desemprego a superar os 18% em 2015, os preços dos imóveis a caírem mais de 9% e as taxas de juro acima dos 7% (a barreira de custos de financiamento insustentáveis, segundo o ministro Teixeira dos Santos).

 

É neste cenário que se dá o único chumbo na banca nacional, protagonizado pelo BCP.

 

O supervisor português deixa claro, no seu comunicado, que o ponto de partida para estes testes por parte da banca nacional foi penalizador, tendo em conta que 2013 foi um "ano particularmente adverso", quando apresentaram os "piores resultados da história recente".

 

 

 

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