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Carlos Costa esteve na aprovação dos créditos da CGD a Fino, Berardo e Vale do Lobo

A Sábado avança, com base na consulta das atas da Caixa Geral de Depósitos, que o atual governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, esteve nas reuniões que aprovaram créditos do banco público que levaram a perdas elevadas. O Económico garante que Carlos Costa vai escapar do exame do supervisor.

Miguel Baltazar
Negócios 08 de Fevereiro de 2019 às 11:11
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O atual governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, foi administrador da Caixa com o pelouro da área internacional de julho de 2004 a setembro de 2006. Era um dos administradores de Carlos Santos Ferreira, que depois transitou para o BCP.

Segundo noticiou a Sábado, Carlos Costa esteve em pelo menos quatro reuniões do conselho alargado de créditos nas quais foram aprovados empréstimos a devedores que acabaram por resultar em perdas elevadas para o banco público, e que foram auditados pela EY. E sem que haja registo de ter contestado ou questionado esses créditos.

Manuel Fino e Joe Berardo são dois desses casos. Manuel Fino recebeu 150 milhões de euros da CGD para comprar ações da Cimpor. O governador estava presente nessa reunião, assim como na reunião que baixou o spread desse empréstimo e ainda numa outra que analisa a apresentação de uma abertura de crédito à empresa de Manuel Fino de 28 milhões para adquirir ações da Soares da Costa. No final de 2015, a Investifino devia 138 milhões dos 180 milhões concedidos, levando a CGD a registar perdas de 133 milhões. 

Carlos Costa esteve também na reunião que aprovou o financiamento de 47 milhões de euros à Metalgest, de Berardo.

E ainda esteve, em 2006, na reunião que votou um crédito de 170 milhões de euros para a compra do empreendimento turístico de Vale do Lobo, no Algarve, um empréstimo que consta da lista dos mais ruinosos para o banco público e do processo "Operação Marquês".

A Sábado questionou o Banco de Portugal sobre se Carlos Costa iria pedir escusa no processo de averiguações à gestão da Caixa, sem que tenha obtido resposta.

O Banco de Portugal está a avaliar os administradores que estiveram na Caixa e que ainda estão na banca. O Económico escreve na edição desta sexta-feira que Carlos Costa vai escapar ao exame de idoneidade que o supervisor está a fazer.

O mesmo jornal avança que são menos de 10 dos 44 gestores que passaram pela Caixa que estão a ser avaliados. Alguns estão ainda na banca. Na audição parlamentar, Paulo Macedo, presidente da Caixa, garantiu que desses administradores só dois estão na Caixa. Maria João Carioca e Rodolfo Lavrador. Da primeira disse ter havido uma análise interna. Do segundo caso nada mais disse. Mas no Parlamento assegurou que "não há uma pessoa que tenha estado na administração da CGD e que hoje desempenhe funções com necessidade de passar pelo processo de 'fit and proper' [avaliação do Banco de Portugal]".
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