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Carlos Costa garante que pediu há três meses escusa nas decisões sobre a CGD
O governador do Banco de Portugal pediu para não participar nas decisões da entidade que lidera sobre a auditoria realizada pela EY a 15 anos de gestão da Caixa Geral de Depósitos.
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, garante que pediu escusa nas decisões do supervisor sobre a auditoria da EY a 15 anos de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) há três meses.
"Em complemento do comunicado publicado em 8 de fevereiro 2019, o governador esclarece que o pedido de escusa relativamente à participação em deliberações do Banco de Portugal sobre situações abrangidas pela auditoria da EY à CGD foi apresentado na ocasião da primeira deliberação tomada neste âmbito, em 6 de novembro de 2018, e nessa data aceite pelo conselho de administração", nota o Banco de Portugal esta segunda-feira, 11 de fevereiro.
Carlos Costa fez saber na sexta-feira - depois de a revista Sábado ter divulgado atas que revelam que o governador tinha participado, quando foi administrador da Caixa Geral de Depósitos, em reuniões que aprovaram créditos problemáticos - que pediu para não participar nas decisões da entidade que lidera sobre a auditoria realizada pela EY à gestão do do banco público.
Na nota, enviada às redações, que deu conta do pedido de escusa, o governador disse estar "totalmente disponível" para esclarecer a Assembleia da República "designadamente sobre os termos da sua participação nos órgãos colegiais que aprovaram as operações que são objeto da auditoria da EY à CGD".
A seguir a esta comunicação, surgiu, da Assembleia da República, o pedido do Bloco de Esquerda para que o Governo "avalie e retire as suas consequências" sobre a intervenção do governador nos créditos "ruinosos" da Caixa. Catarina Martins voltou a pôr em cima da mesa a eventual exoneração do governador, algo, aliás, que o seu partido já tinha defendido por causa do BES. Já em 2017 os bloquistas tinham apresentado um projeto de resolução para a exoneração de Carlos Costa.
O governador deve agora ser chamado ao Parlamento, à terceira comissão de inquérito à CGD, que vai ser votada na quinta-feira. Isto quando falta cerca de um ano para terminar o seu mandato enquanto líder do banco central.
Do lado do PSD, os deputados querem ainda saber se mais administradores vão pedir escusa. "Resta-nos a dúvida se não existirá na administração do Banco de Portugal outros administradores que, por razões diretas ou familiares, não terão o mesmo problema e não deviam pedir escusa da análise à auditoria", disse o deputado social-democrata Duarte Pacheco. Não respondeu à Lusa se estava a pensar na vice-governadora Elisa Ferreira, casada com Freire de Sousa, que foi vice-presidente da La Seda, uma das empresas analisadas na auditoria e que causaram perdas para o banco público.
(Notícia atualizada às 13:40 com mais informação)
"Em complemento do comunicado publicado em 8 de fevereiro 2019, o governador esclarece que o pedido de escusa relativamente à participação em deliberações do Banco de Portugal sobre situações abrangidas pela auditoria da EY à CGD foi apresentado na ocasião da primeira deliberação tomada neste âmbito, em 6 de novembro de 2018, e nessa data aceite pelo conselho de administração", nota o Banco de Portugal esta segunda-feira, 11 de fevereiro.
Carlos Costa fez saber na sexta-feira - depois de a revista Sábado ter divulgado atas que revelam que o governador tinha participado, quando foi administrador da Caixa Geral de Depósitos, em reuniões que aprovaram créditos problemáticos - que pediu para não participar nas decisões da entidade que lidera sobre a auditoria realizada pela EY à gestão do do banco público.
O governador do Banco de Portugal exerceu funções de administrador do banco estatal entre abril de 2004 e setembro de 2006, tendo sido responsável pelas áreas de marketing e interacional da instituição financeira.
Na nota, enviada às redações, que deu conta do pedido de escusa, o governador disse estar "totalmente disponível" para esclarecer a Assembleia da República "designadamente sobre os termos da sua participação nos órgãos colegiais que aprovaram as operações que são objeto da auditoria da EY à CGD".
A seguir a esta comunicação, surgiu, da Assembleia da República, o pedido do Bloco de Esquerda para que o Governo "avalie e retire as suas consequências" sobre a intervenção do governador nos créditos "ruinosos" da Caixa. Catarina Martins voltou a pôr em cima da mesa a eventual exoneração do governador, algo, aliás, que o seu partido já tinha defendido por causa do BES. Já em 2017 os bloquistas tinham apresentado um projeto de resolução para a exoneração de Carlos Costa.
O governador deve agora ser chamado ao Parlamento, à terceira comissão de inquérito à CGD, que vai ser votada na quinta-feira. Isto quando falta cerca de um ano para terminar o seu mandato enquanto líder do banco central.
Do lado do PSD, os deputados querem ainda saber se mais administradores vão pedir escusa. "Resta-nos a dúvida se não existirá na administração do Banco de Portugal outros administradores que, por razões diretas ou familiares, não terão o mesmo problema e não deviam pedir escusa da análise à auditoria", disse o deputado social-democrata Duarte Pacheco. Não respondeu à Lusa se estava a pensar na vice-governadora Elisa Ferreira, casada com Freire de Sousa, que foi vice-presidente da La Seda, uma das empresas analisadas na auditoria e que causaram perdas para o banco público.
(Notícia atualizada às 13:40 com mais informação)