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Carlos Costa pede escusa nas decisões do supervisor sobre auditoria à CGD

O governador do Banco de Portugal pediu para não participar nas decisões da entidade que lidera sobre a auditoria da EY à gestão da CGD.

Lusa
08 de Fevereiro de 2019 às 12:00
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O governador do Banco de Portugal pediu para não participar nas decisões da entidade que lidera sobre a auditoria realizada pela EY a 15 anos de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Este documento revela que o banco estatal cedeu créditos mesmo perante pareceres desfavoráveis da Direção de Risco da CGD.

 

"Tendo em conta que o seu mandato na CGD está incluído no período que foi objeto de análise na auditoria da EY à CGD (2000-2015), o Governador comunicou ao Conselho de Administração do Banco de Portugal a sua intenção de não participar nas decisões do Banco de Portugal decorrentes das conclusões desta auditoria, tendo o Conselho de Administração aceite este motivo de escusa", lê-se no comunicado publicado no site do supervisor, em respostas às notícias da revista Sábado.

O governador do Banco de Portugal exerceu funções de administrador do banco estatal entre abril de 2004 e setembro de 2006, tendo sido responsável pelas áreas de marketing e interacional da instituição financeira.

 

A revista avançou que Carlos Costa esteve em pelo menos quatro reuniões do conselho alargado de créditos nas quais foram aprovados empréstimos a devedores que acabaram por resultar em perdas elevadas para o banco público, e que foram auditados pela EY. E sem que haja registo de ter contestado ou questionado esses créditos.

 

Manuel Fino e Joe Berardo são dois desses casos. Manuel Fino recebeu 150 milhões de euros da CGD para comprar ações da Cimpor. Carlos Costa esteve também na reunião que aprovou o financiamento de 47 milhões de euros à Metalgest, de Berardo.

E ainda esteve, em 2006, na reunião que votou um crédito de 170 milhões de euros para a compra do empreendimento turístico de Vale do Lobo, no Algarve, um empréstimo que consta da lista dos mais ruinosos para o banco público e do processo "Operação Marquês".

 

"Durante todo o período em que exerceu funções de administrador na CGD, o Governador não teve responsabilidades nas áreas de crédito, risco, acompanhamento de clientes ou de controlo e auditoria interna", refere ainda o supervisor.

 

O Banco de Portugal está a avaliar os administradores que estiveram na Caixa e que ainda estão na banca. O Jornal Económico escreve na edição desta sexta-feira que Carlos Costa vai escapar ao exame de idoneidade que o supervisor está a fazer. 

(Notícia atualizada às 12:05)

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