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Paulo Macedo garante que a CGD "vai ser ressarcida" dos créditos ruinosos
O presidente da CGD afirma que o banco estatal “não é um tribunal nem vai fazer o trabalho” das outras autoridades. Paulo Macedo garante, contudo, que a instituição será “ressarcida”.
Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) afirma que o relatório da EY a 15 anos de gestão do banco estatal mostra "situações anormais". Mas garante que a Caixa "não é um tribunal" e não fará o trabalho das autoridades. Deixa, contudo, uma garantia: a CGD vai ser ressarcida se assim for possível.
"A auditoria estabelece um conjunto de situações anormais, incorretas", começa por dizer Paulo Macedo na conferência de imprensa, onde revelou que o banco lucrou quase 500 milhões de euros no ano passado.
Nesta situação, é "preciso apurar responsabilidades e isso exige um trabalho a partir daí", envolvendo as várias autoridades, tanto o Ministério Público, que abriu um inquérito em 2016, como o Banco de Portugal, que tem o relatório há sete meses.
"Da parte civil, é preciso apurar se a partir daquele conjunto de factos há lugar ou não a responsabilidade", nota Macedo. "Esse trabalho tem de ser feito e será claramente feito", refere, deixando a garantia de que a "Caixa vai ser ressarcida. Que fique claro: a Caixa deve ser ressarcida se o puder ser".
Nota, contudo, que o banco estatal "não é um tribunal nem vai fazer o trabalho do Ministério Público e do Banco de Portugal", tendo de fazer "algo ponderado e não é certamente com julgamentos na praça pública que o fará".
Em causa estão as conclusões preliminares da auditoria da EY à gestão da CGD entre 2000 e 2015, que mostram que o banco emprestou dinheiro de elevados montantes mesmo perante pareceres desfavoráveis ou na ausência da posição da Direção de Risco da Caixa.