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Caixa já registou todas as perdas com Artlant

A Caixa Geral de Depósitos continua a trabalhar para que a fábrica de Sines da Artlant continue a laborar. Para já, a insolvência da Artlant, pedida por um credor, não o impede. O banco já não antecipa mais perdas deste crédito.

Miguel Baltazar/Negócios
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 28 de Julho de 2017 às 20:26

A Caixa Geral de Depósitos já registou, nas contas dos últimos anos, todo o dinheiro que emprestou ao projecto de Sines da insolvente La Seda de Barcelona, a Artlant.

 

"Em relação a Artlant, a exposição é zero", respondeu Paulo Macedo, reconhecendo que todo o montante já foi reconhecido como perdido, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco público, em que foram divulgados prejuízos de 50 milhões de euros no primeiro semestre.

 

Foi esta quarta-feira declarada a insolvência da Artlant pelo Tribunal da Comarca de Lisboa, a pedido de um credor, a SMM. Apesar disso, o banco público espera garantir a viabilidade da fábrica, o que também poderá ser conseguido após o pedido de insolvência - processo em que se espera satisfazer o reembolso dos credores. 

 

No início de 2015, a Caixa Geral de Depósitos aprovou o Processo Especial de Revitalização (PER) da Artlant, onde tinha reconhecida uma dívida a receber de 520 milhões de euros, 75% da dívida total da sociedade. No PER, o banco público aceitava receber 70% do valor total e assumia um novo financiamento de 60 milhões de euros.

 

No Verão desse ano, a Artlant era a maior devedora da CGD, segundo uma auditoria divulgada pelo Correio da Manhã no ano passado. A Artlant foi um projecto pensado em 2005 - quando recebeu o estatuto de projecto de potencial interesse nacional pelo Governo -, mas só dois anos depois se iniciou a construção.  

  

Caixa disponível para ajudar Comporta

 

Um outro crédito em que a Caixa está a trabalhar é a Comporta. O empresário Pedro de Almeida assinou o contrato de compra e venda da maioria das unidades de participação do Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado da Herdade da Comporta à Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo que está em insolvência. Mas a CGD tem um crédito de 109 milhões a reclamar do fundo. 

Questionado sobre o processo na conferência, Paulo Macedo admitiu que "há um esforço para resolver este activo e de chegar a um acordo".

 

Sobre a Comporta e Artlant, sobre os quais não se quis estender, o líder da CGD disse apenas esperar que as duas situações tenham desenvolvimentos positivos nos próximos tempos.

Ministério Público pediu informação em 2016

A CGD tem os seus grandes créditos a serem investigados pelo Ministério Público e os procedimentos da concessão dos empréstimos a ser escrutinados por uma auditoria da EY. 

Segundo respondeu Paulo Macedo, o Ministério Público solicitou informação à Caixa Geral de Depósitos sobre os créditos sob investigação em Dezembro de 2016, onde existem suspeitas de gestão danosa. "Desde aí, os únicos contactos foram sobre essa informação", disse. "Não houve nenhum outro contacto junto da administração para outros fins", esclareceu o CEO. Como o Negócios já noticiou, este inquérito não tem nenhum arguido constituído. 

Em relação à auditoria da EY, pedida pelo Governo, o presidente executivo da instituição financeira disse apenas que é um "conjunto volumoso de informação", não dando nenhum período para a conclusão. Certo é que os 15 anos de vida do banco - entre 2000 e 2015 - deveriam ser analisados apenas em 15 semanas, com o término agendado para o final do Verão.

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