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Comissões: Caixa quer cobrar mais nos seguros e gestão de activos e não nas contas à ordem

Paulo Macedo, em entrevista ao Expresso, garante que não sofre pressões de poderes públicos para concessão de crédito. E diz que os problemas estruturais do país estão por resolver.

Miguel Baltazar
12 de Agosto de 2017 às 11:57
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O líder da Caixa Geral de Depósitos insiste que a instituição é quem cobra menos comissões aos clientes e que sem o aumento destas componentes não é preciso cumprir o plano de reestruturação em curso. Mas as contas à ordem não deverão sofrer aumentos.

É o que diz Paulo Macedo ao Expresso, em entrevista publicada este sábado, 12 de Agosto, defendendo que atendendo à relação entre volume de depósitos e crédito "somos quem cobra menos comissões no mercado face aos nossos clientes".

Com um plano que considera muito ambicioso e difícil de executar, reconhece que a geração de proveitos adicionais (como o aumento de margem financeira e comissões) é o que pode falhar, num ambiente castigado por juros baixos que penalizaram os rendimentos da banca.

"Não conseguiremos cumprir o plano de reestruturação se não aumentarmos as comissões," defende, mantendo o objectivo de chegar a lucros no ano que vem e garantindo que o foco é cumprir o plano e não alterá-lo, atendendo ao trabalho que houve para que fosse aprovado em Bruxelas.

Paulo Macedo, que preferia "ter um mandato para crescer", diz que o objectivo agora é racionalizar e focalizar presença da caixa no estrangeiro, como no Brasil, Espanha e África do Sul. "Faz mais sentido reduzir de forma planeada activos fora de Portugal do que reduzirmos activos em Portugal," sublinha.

Com 64 agências fechadas este ano, estima que até ao final de 2017 devam deixar o banco 536 trabalhadores entre rescisões, reformas e reformas antecipadas. Em 2018 cumprir-se-ão os encerramentos que estão estipulados no plano, assegura.

No caso mais mediático, o do encerramento da agência de Almeida, o presidente do banco diz que não afectou o negócio, já que mais de 95% dos depósitos e créditos se mantiveram.

CGD sem interferência do Governo

Paulo Macedo garante ainda que as práticas passadas de pressão política sobre a administração da Caixa não se repetem actualmente e que não há interferências de poderes públicos na concessão de crédito pela Caixa.

Sobre o actual Governo diz não ter qualquer motivo de queixa - pelo contrário, afirma ter tido todo o apoio do Executivo liderado por António Costa – mas defende que deve haver continuidade de membros entre as sucessivas administrações do banco público. É "quase anormal, a não ser por motivo extraordinário" que os governos mudem toda a administração sempre que entra um novo Executivo, sustenta.

Em relação à recuperação económica do país, o líder da Caixa defende que o ritmo já vinha de trás - "Portugal está a crescer há quatro anos" - mas aponta que os problemas estruturais não estão resolvidos e que "isso não há quem o diga". "Governar um país é uma maratona," conclui.
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