Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Berardo: "Tentei ajudar os bancos numa altura de crise"

José Berardo recorda que os contratos de empréstimo tinham limite e que o banco deveria vender se estes baixassem de um determinado patamar. Algo que não aconteceu.

10 de Maio de 2019 às 15:53
  • 9
  • ...

José Berardo garante que tentou "ajudar os bancos" quando estes estavam numa situação de crise. E que foram as instituições financeiras que não cumpriram os contratos de empréstimo ao não venderem quando os ativos perderam valor. 

 

"Tentei ajudar os bancos numa altura de crise. Só tenho a garagem? Então devolvam o que dei. Essa afirmação não faz sentido", refere José Berardo na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), quando questionado pelos deputados. 

 

O comendador recorda que os contratos de crédito tinham limites e que o banco deveria vender quando baixassem de determinado nível. Mas que foram as instituições financeiras que não cumpriram o mandato. Ou seja, que não venderam as ações do BCP dadas como garantia. "Por isso é que fiz a exigência nos meus contratos que a cobertura era de 105% e se descesse para 100% teriam que vender". 

 

A auditoria da EY à gestão da Caixa Geral de Depósitos, e que analisa o período entre 2000 e 2015, revelou que o banco público tinha uma exposição a Joe Berardo e à Metalgest, empresa do seu universo, de mais de 300 milhões de euros.

 

Os empréstimos a Joe Berardo serviram para financiar a compra de ações do BCP cuja garantia eram as próprias ações. Títulos que acabaram por desvalorizar de forma acentuando, gerando perdas significativas para o banco estatal.  

 

Estes créditos acabaram por levar a Deloitte, auditora da CGD, a fazer vários alertas tanto à administração como ao Banco de Portugal, tal como o Negócios avançou. Estes avisos começaram em 2008 e repetiram-se ao longo dos anos. 

 

Entretanto, a CGD, BCP e Novo Banco entregaram no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa uma ação executiva para cobrar dívidas de Joe Berardo, de quase 1.000 milhões de euros. A ação tem como executados o empresário José Manuel Rodrigues Berardo (conhecido por Joe Berardo), a Fundação José Berardo, a Metalgest e a Moagens Associadas. Um dos objetivos da ação é aceder às obras de arte da Coleção Berardo, sobre a qual o empresário tem um acordo com o Estado que determina que as obras de arte estejam em exposição no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, até 2022, não podendo ser vendidas.

 

Ver comentários
Saber mais Caixa Geral de Depósitos Deloitte CGD Metalgest Joe Berardo Banco de Portugal Novo Banco
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio