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Aumento de capital diluiu garantia dos bancos na Associação Berardo

José Berardo explicou que foi feito um aumento de capital pela Associação Berardo numa assembleia geral, no qual os bancos credores não participaram. Isto fez com a sua garantia de 75% dos títulos da associação fosse diluída. 

Pedro Catarino
10 de Maio de 2019 às 19:40
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Os bancos credores de Berardo já não têm a mesma garantia prestada pelo empresário junto das instituições financeiras de 75% dos títulos da dona da coleção de arte exposta no Centro Cultural de Belém. Isto porque, explicou o comendador, houve um aumento de capital no qual os bancos não participaram, o que diminuiu a sua posição na Associação Berardo.

 

Foi durante a comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos que Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, questionou Berardo sobre quantas vezes convidou os bancos credores – CGD, Novo Banco e BCP – para uma assembleia geral. "Se me escreverem a dizer que querem [estar presentes], chamo-os", afirmou Berardo. Algo que não chegou a acontecer. 

 

Foi numa destas assembleias que foi votado um aumento de capital, adiantou o comendador. Uma operação que acabou por diluir a posição de 75% dos bancos na Associação Berardo. "Não teria sido se tivessem ido ao aumento de capital. As pessoas que gerem estas instituições não sabem o que fazem", afirmou Berardo. 

 

Contudo, mesmo que os bancos tivessem estado presentes nestas assembleias não poderiam tomar qualquer decisão, apesar de deterem a maioria dos títulos da Associação Berardo. Isto porque, conforme explicou o empresário, houve uma alteração aos estatutos que lhe dava o poder de decisão. Mas porquê esta alteração?, perguntou Cecília Meireles, deputada do CDS. "Defender os meus interesses. Os interesses da associação", respondeu. 

 

De forma a reforçar as garantias de Berardo junto dos bancos que cederam crédito ao comendador, foram entregues às instituições 75% dos títulos da Associação Berardo, que detém as obras de arte. À Caixa cabia uma quota de 40% deste montante. 

 

A CGD, BCP e Novo Banco entregaram no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa uma ação executiva para cobrar dívidas de Joe Berardo, de quase 1.000 milhões de euros. A ação tem como executados o empresário José Manuel Rodrigues Berardo (conhecido por Joe Berardo), a Fundação José Berardo, a Metalgest e a Moagens Associadas. Um dos objetivos da ação é aceder às obras de arte da Coleção Berardo, sobre a qual o empresário tem um acordo com o Estado que determina que as obras de arte estejam em exposição no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, até 2022, não podem ser vendidas. 

 

As obras de arte de Joe Berardo foram alvo de avaliação por parte de uma galeria de arte estrangeira, em 2009, que concluiu que valiam mais de 500 milhões de euros. Isto depois de a Christie's ter avaliado as mesmas obras, em 2006, em 316 milhões de euros.

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