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Bento sai no "momento mais oportuno" e acredita que Stock da Cunha vai preservar valor do Novo Banco

Numa carta, destinada aos funcionários, em que justifica a sua saída, Vítor Bento diz que contribuiu para a criação de condições para a "normalização" do funcionamento do Novo Banco. E diz que a nova gestão será capaz de seguir esse trabalho.

Miguel Baltazar/Negócios
15 de Setembro de 2014 às 12:55
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Vítor Bento escreveu uma carta aos colaboradores do Novo Banco para justificar a sua saída do conselho de administração. Uma carta onde falou do trabalho feito e onde deixou palavras de conforto pela entrada em funções de uma equipa que, acredita, vai garantir a preservação do valor da instituição financeira.

 

"O novo CEO é uma pessoa muito experiente no sector e um profissional reconhecido e estou certo de que será o garante da preservação" do valor criado em torno do Novo Banco, escreve Vítor Bento na carta destinada aos funcionários. Eduardo Stock da Cunha, vindo do Lloys, foi o nome escolhido pelo Banco de Portugal para lhe suceder na presidência da administração do Novo Banco.


Stock da Cunha vai ser acompanhado na gestão por Jorge Cardoso, Vítor Fernandes e José João Guilherme."Os elementos que o acompanham na renovação da equipa são também profissionais reconhecidamente competentes", acrescenta ainda o antigo responsável pelo Novo Banco.

 

A questão decisiva do tempo

 

Na sua missiva, o antigo presidente da SIBS sublinhou, por várias vezes, a questão temporal como factor decisivo para ter aceite trabalhar no BES e, depois, no Novo Banco. E para ter abandonado o cargo. Decisões que tomou juntamente com João Moreira Rato e José Honório.

 

"Estou convicto de que esta mudança ocorre no momento mais oportuno para o efeito, e uma vez que estão praticamente resolvidas as questões mais complexas e desgastantes da transição do regime do Banco, será favorável pois que, libertando a nova equipa daquele desgaste, lhe permitirá dar um novo impulso à actividade do Banco", explica Vítor Bento.

 

A 14 de Julho, convidado para entrar no BES, Bento sabia que se encontrava "numa envolvente muito complexa e cheia de incertezas e perante uma situação que se afigurava com um futuro muito difícil, empenhados na recuperação do banco e do seu prestígio". Um trabalho, diz, "que pressupunha, entre outras coisas, um razoável horizonte temporal para o efeito".

 

Depois, o BES foi alvo de uma medida de resolução que dividiu a instituição num banco de transição (Novo Banco) e num veículo financeiro com os activos tóxicos (BES). Bento aceitou integrar a administração do Novo Banco porque acreditava que não seria por pouco tempo. "Aceitámos … porque na altura não era ainda claro que não fosse possível prosseguir o projecto de médio prazo com que iniciáramos esta missão".

 

Contudo, escreve Vítor Bento na sua justificação aos cerca de 6.000 colaboradores da instituição, "a rápida evolução das circunstâncias, e o enquadramento legal da situação do banco, resultante da medida de resolução, acabaram por mostrar que o desafio profissional que tínhamos pela frente tinha mudado substancialmente".


O gestor admite que aquilo que pretendia para o banco não era o mesmo que estava na mente do Banco de Portugal nem do Governo. Estes últimos querem uma venda rápida da instituição para impedir uma perda de valor. Querem, aliás, a sua conclusão até ao Verão. Bento acreditava no projecto a médio prazo.

 

A nova equipa de gestão, refere Vítor Bento, está "mais alinhada com o projecto escolhido pelo accionista". O accionista do Novo Banco é o fundo de resolução, financiado pelo Estado e pelos bancos.

 

O que fez na instituição

 

O responsável, até este fim-de-semana, pela administração do Novo Banco fez o elenco daquilo que fez na instituição ao longo dos meses em que a liderou.

 

"Durante este período contribuímos para a estabilização do Banco, lançámos, com apoio da McKinsey, a elaboração de um plano de sustentabilidade, pusemos em curso a mudança de marca (por imperativo regulamentar), criámos as condições para a 'normalização' do funcionamento interno e externo do banco, definimos objectivos para o último trimestre e lançámos o processo orçamental para 2015, entre várias outras coisas", adianta ainda no comunicado.

 

(Notícia actualizada às 13h10 com mais informações)

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