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Accionistas desblindam BPI e abrem caminho à OPA do CaixaBank

À terceira foi de vez. Os accionistas do BPI colocaram um ponto final do limite aos direitos de voto. A oferta do CaixaBank já pode avançar depois da abstenção de Isabel dos Santos.

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Os accionistas do Banco BPI aprovaram a desblindagem dos estatutos. O sim foi dado na terceira assembleia-geral que discutiu o tema. Isabel dos Santos absteve-se. O fim ao limite de 20% imposto aos direitos de voto é uma condição essencial para que a oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank siga em frente. 


Embora tenha estado sempre contra a desblindagem, a Santoro de Isabel dos Santos, com 18,6% do BPI, absteve-se na votação desta quarta-feira 21 de Setembro, abrindo caminho para o sucesso da OPA dos catalães. 

Esta terça-feira, o BPI colocou uma proposta em cima da mesa para um acordo com a Santoro, de Isabel dos Santos, com 18,6%: a administração de Artur Santos Silva e Fernando Ulrich admite vender 2% do Banco do Fomento de Angola (BFA) à Unitel, também da empresária angolana. Deste modo, o BPI perde o controlo daquele banco em Angola. Em troca, o BPI recebe 28 milhões e a aprovação da Santoro para a desblindagem. Também assim o BPI consegue responder ao BCE, que obriga a uma redução da exposição a Angola.

Um dia depois, houve a aprovação dos accionistas na terceira reunião que debateu o assunto. A primeira assembleia ocorreu a 22 de Julho e foi travada por uma providência cautelar colocada pelo Grupo Violas, com 2,7% do BPI, à proposta feita pela administração para a desblindagem dos estatutos. A segunda foi a 6 de Setembro, dia em que ainda não havia uma resposta do tribunal à providência. A terceira, quinze dias depois, e depois de pressão do Banco Central Europeu, termina com uma posição que favorece a OPA do CaixaBank. 

Duas propostas a votação

Na assembleia-geral desta quarta-feira, onde estiveram presentes 502 accionistas a representar 88,27% do capital, havia duas propostas de desblindagem dos estatutos em cima da mesa.

 

A primeira era a da administração que, por ter partido do conselho, era votada sem qualquer limite de voto (o CaixaBank votava com 45% e não com 20%), à luz do diploma governamental que obrigou os bancos a deliberarem sobre o fim de limites de voto. Só que havia a providência cautelar a impedir a sua votação. Ora, a mesa da assembleia permitiu a votação à condição (até que fosse homologada a desistência da providência por Violas Ferreira). Foi aprovada pelos accionistas com 94,04% dos votos expressos favoráveis, cumprindo os dois terços exigidos pelo diploma. 

 

A segunda proposta era do grupo Violas que, por não ter partido da administração, era votada consoante os estatutos do BPI, ou seja o CaixaBank votava apenas por 20% dos votos. Mesmo assim, a proposta avançou tendo em conta a abstenção da Santoro. Foi obtida aprovação por 88,22% dos votos expressos, acima dos 75% exigidos pelos estatutos. 

Violas anuncia retirada de providências

 

Esta terça-feira, o Grupo Violas, com 2,7% do BPI, anunciou à administração do BPI que iria retirar as duas providências cautelares que tinha colocado: a da nomeação de Osório de Castro para presidente da mesa da assembleia-geral; a proposta de desblindagem da administração. A informação foi transmitida por Artur Santos Silva na conferência de imprensa após a assembeia-geral.

 

Foi essa indicação dada por Tiago Violas Ferreira que deu suporte à administração para que a sua proposta de desblindagem fosse votada, à condição. E foi devido a essa indicação que Osório de Castro assumiu a liderança da mesa (na última assembleia-geral, devido à providência cautelar, a mesa tinha sido presidida pelo líder do conselho fiscal).

(Notícia actualizada às 12:27 com mais informações)
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