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Violas defende que CMVM deve mandar avaliar BPI
A CMVM deve mandar avaliar o BPI e verificar se o preço da OPA do CaixaBank permite que “todos os accionistas sejam tratados de forma equitativa”, defende Tiago Violas Ferreira. Independentemente da decisão, os Violas vão vender posição no BPI.
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"A CMVM deve retirar algumas responsabilidades dos ombros, mandando fazer uma avaliação dos activos alvo da OPA e do perímetro do BPI no momento em que a OPA foi anunciada", defende Tiago Violas Ferreira, administrador da Vilas Ferreira Finance, maior accionista português do BPI.
Para os Violas, que tentaram travar a oferta do CaixaBank através da providência cautelar destinada a impedir a votação da desblindagem de estatutos - por considerarem baixo o preço oferecido pelos catalães (1,113 euros por acção) -, o supervisor deve pedir a um auditor independente que fixe o valor da contrapartida. Até porque, com o fim do limite de votos aprovado esta quarta-feira, 21 de Setembro, a OPA do CaixaBank passa a ter carácter obrigatório, já que o grupo passa a ter 45% dos direitos de voto, contra os anteriores 20%.
"Faço votos para que a CMVM faça o seu trabalho e que todos os accionistas sejam tratados de forma equitativa", apela Tiago Violas Ferreira, em declarações ao Negócios.
Para a Violas Ferreira Finance, que tem 2,7% do BPI, a eliminação do limite de votos foi possível graças à abstenção de Isabel dos Santos, depois de o CaixaBank ter dado uma linha de crédito a Angola no valor de 400 milhões de euros e de o BPI ter proposto vender à Unitel, operadora angolana controlada pela empresária, 2% do BFA, contra o pagamento de 28 milhões de euros.
"Estes negócios são muito complexos. E é difícil distinguir entre os fluxos financeiros destes negócios e as posições das diferentes partes envolvidas", alerta o administrador da Violas Ferreira Finance. Daí que o empresário apele à CMVM para avaliar as suas implicações na contrapartida da OPA do CaixaBank sobre o BPI.
Violas vão vender na OPA
Independentemente da posição final da CMVM, a "holding" dos Violas, que tem 2,7% do BPI, vai vender a sua posição na OPA do CaixaBank.
"Vamos vender, não temos alternativa", revela Tiago Violas Ferreira. "Não podemos ficar minoritários de uma sucursal de um banco espanhol em Portugal", justifica o empresário.
"Vamos seguir o nosso caminho e usar o dinheiro da OPA para voltar a investir na economia portuguesa, em função das oportunidades que surgirem. Queremos contribuir para a economia portuguesa", sublinha Tiago Violas Ferreira.