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Santos Silva: "O BPI não tinha alternativa em Angola"

O "chairman" do BPI deu conta do processo que resultou na desblindagem e referiu que o BPI estava obrigado a sair da gestão do BFA.

Paulo Duarte/Negócios
21 de Setembro de 2016 às 13:36
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A desblindagem dos estatutos do BPI, aprovada esta quarta-feira em assembleia-geral, foi o culminar de meses de indefinições. Artur Santos Silva está confiante na aprovação do acordo com a Unitel, comunicado ao mercado esta terça-feira à noite.

"O BPI não tinha alternativa em Angola face a uma posição muito conhecida do Banco Central Europeu que não fosse desconsolidar o banco. Tinha que alterar o acordo de accionistas porque o BCE entendia que não podemos ter qualquer responsabilidade na gestão do BFA. O BCE foi claríssimo que teria que se resolvido hoje e esse assunto ficou resolvido", salientou Santos Silva. O Negócios avançou hoje a pressão que Frankfurt tinha colocado em cima do banco para que houvesse uma solução.

O acordo com a Unitel retira o BPI da gestão do BFA e isso para a administração do banco português é o mais importante, depois de várias propostas ao longo do último ano em que o banco tentou resolver o "imbróglio" accionista em que se encontrava, ao mesmo tempo que cumpria os requisitos do BCE. "A vida muda. O conselho de administração fez imensas propostas sobre esta matéria. Fica preenchida uma condição fundamental para que o BPI obedeça aos critérios" do BCE, salientou, referindo que esta operação é um "pressuposto" para a resolução de toda a questão accionista do banco. 


Santos Silva acredita em resposta rápida da Unitel

Santos Silva está confiante, mas não pode garantir o sucesso desta estratégia. "Na Unitel está feita a proposta e não tem prazos. Mas estou certo que será respondida com rapidez e será aceite". Com este processo, que agora permite avançar com a OPA do espanhol CaixaBank, o banco ganhou quatro meses para resolver a questão angolana, segundo o mesmo responsável. Até ao final de Outubro fica para cumprir o lançamento da OPA. O da exposição a Angola tem, por isso, prazo de resolução até Janeiro.  

 

O responsável, que na mesma conferência de imprensa desvalorizou a hipótese de os bancos portugueses caírem em mãos estrangeiras, explicou que o BCE não concordou com uma proposta semelhante da Unitel antes por "razões reputacionais". Frankfurt preferia um aumento de capital. "A OPA faz com que CaixaBank terá mais tempo para debater a decisão. O excesso de risco desapareceu. Passou para o BFA". 

Novo Banco ainda é tema

 

O "chairman" do BPI salientou ainda que o banco se mantém na corrida ao Novo Banco.

"Estamos a estudar seriamente a opção. Com o aspecto que ficou hoje resolvido, isto permite tomar posições porque não está bloqueado".

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