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PSA confirma investimento e novo modelo em Mangualde

A fábrica portuguesa vai partilhar a próxima geração de comerciais ligeiros com a unidade de Vigo. Até 2018, quando arranca a produção, o grupo francês vai investir quase 50 milhões de euros no distrito de Viseu.

Nuno André Ferreira/Correio da Manhã
05 de Junho de 2015 às 15:11
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A PSA Peugeot Citroën vai investir na modernização e inovação dos processos produtivos da fábrica de Mangualde, de forma a receber a produção do K9, a próxima geração de veículos comerciais ligeiros do segmento B-VCL, anunciou esta sexta-feira, 5 de Junho, a multinacional francesa.

 

O investimento vai ser realizado entre 2016 e 2018, ano em que terá início a fabricação deste novo modelo automóvel, cuja produção vai ser partilhada com a fábrica do grupo localizada em Vigo, Espanha. Em comunicado, o grupo destacou que "o lançamento da produção destes veículos de nova geração tem associada uma ambição de aumentar o número de fornecedores nacionais da fábrica de Mangualde".

 

O ministro da Economia, António Pires de Lima – que marcou presença na sessão desta sexta-feira –, adiantou que este investimento, que arranca no próximo ano, ascende a 48,2 milhões de euros, sendo o primeiro a beneficiar do regime de incentivos negociais do "Portugal 2020", o novo quadro comunitário de apoio. "Somos bons aqui em Mangualde a produzir automóveis. Um automóvel que, ainda por cima, é produzido integrado numa cadeia de valores cada vez mais nacional: o objetivo, aliás, é que seja 100% nacional", perspectivou o governante.

 

Segundo a empresa, o objectivo deste investimento passa por tornar o centro de produção nacional da empresa, no distrito de Viseu, "ainda mais flexível e competitivo". E, segundo sustentou o grupo, confirma o seu interesse em manter no seu dispositivo industrial esta unidade portuguesa, que em 54 anos já produziu mais de um milhão de veículos e "vê assim confirmada a sua futura actividade".

 

O director industrial da PSA Peugeot Citroën, Yann Vincent, sublinhou que "estes volumes complementares [referentes a esta afectação agora anunciada] permitirão à fábrica convergir para a meta de uma taxa de utilização de 122% no horizonte de 2022". Citado em comunicado, o gestor frisou ainda que esta afectação se deveu "aos esforços e ao rigor dos colaboradores de Mangualde, que souberam responder às exigências económicas e organizacionais solicitadas pelo grupo".

 

Franceses exigem energia barata e comboios

Nos últimos anos, esta fábrica tem sido notícia, mas nem sempre pelos melhores motivos. Em Maio de 2014 anunciou a dispensa de 280 trabalhadores de um turno extra, contratado para fazer face a um excedente de produção. Em Janeiro de 2015, anunciou um plano de saídas voluntárias.

 

Nessa altura, a empresa assegurou que tudo faria para "defender a sua longevidade". Entre as reclamações da casa-mãe para que a competitividade deste pólo industrial possa subir, verbalizadas pelo CEO, Carlos Tavares, estão a diminuição do preço da energia eléctrica e também a construção de uma ligação ferroviária a Vigo.

 

"Várias vezes ouviram dizer o principal responsável da PSA a nível mundial (...) que novos investimentos não poderiam ser feitos se Portugal não fosse um país competitivo do ponto de vista da mobilidade, energia e muitas outras áreas. (...) O facto de a PSA ter decidido investir quase 50 milhões de euros nesta unidade tem de ser tomado, em termos de conclusão, como a prova de que a administração pública, em múltiplos sectores, soube estar à altura do desafio lançado", vangloriou-se Pires de Lima.

 

No início deste mês, a fabricante francesa anunciou que os CTT Correios de Portugal, no âmbito da renovação da sua frota com 604 comerciais ligeiros, encomendou 428 Peugeot Partner, que serão produzidos precisamente em Mangualde. Esta operação, cujos valores não foram divulgados, envolveu também a gestora de frotas portuguesa Finlog.

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