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Capoulas Santos: “Não haverá mais um único hectare de eucalipto em Portugal”

O ministro da Agricultura garantiu esta quarta-feira aos deputados que o Governo está empenhado em “limitar a expansão do eucalipto”, uma das questões mais polémicas no pacote das florestas. E voltou a pedir consenso ao Parlamento.

Miguel Baltazar
28 de Junho de 2017 às 13:05
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"Propomo-nos limitar a expansão do eucalipto que se tornou dominante e não haverá mais um único hectare de eucalipto em Portugal", garantiu esta quarta-feira, 28 de Junho, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. Capoulas Santos, que está numa audição no Parlamento, defendeu o pacote de diplomas para a reforma das florestas, actualmente em discussão na especialidade e em processo legislativo acelerado, para que tudo fique concluído antes do final da sessão legislativa.

 

Os eucaliptos são um dos pontos de discórdia, até com o Bloco de Esquerda e com o PCP, que querem ir mais longe e entendem que a proposta do Governo não é suficiente para travar a produção de eucaliptos, árvores que, em caso de incêndio, são de elevada combustão.

 

"O que vamos permitir é a transferência de áreas de produção de eucalipto, de locais com maior risco de incêndio e menos produtivas, para outras mais produtivas", esclareceu Capoulas Santos, acrescentando que as autarquias terão mais competências em matéria de licenciamento e fiscalização das florestas, terão de incluir as florestas nos seus Planos Directores Municipais e "a cada corte que ocorra, a nova plantação terá de responder aos novos requisitos".

 

Numa audição que estava marcada para falar sobre a situação de seca que o país atravessa, o tema dos incêndios florestais acabaria por ser dominante e Capoulas Santos passou em revista o trabalho levado a cabo ao longo do último ano e que culminaria com o pacote de diplomas para as florestas.

 

"Identificámos quatro grandes problemas na floresta", sistematizou, elencando questões relacionadas com a gestão florestal, prejudicada pela existência de minifúndio, com parcelas muito pequenas; a ausência de ordenamento; o abandono e a falta de limpeza das florestas. Questões às quais o Executivo pretende agora dar resposta com este conjunto de diplomas.

 

"Da minha parte e do Governo entendemos que fizemos o que devíamos. Em dez meses pusemos sobre a mesa o primeiro grande passo para uma profunda reforma da floresta que irá comprometer vários governos e gerações e que urge começar", afirmou o ministro.

 

Uma "reforma de fundo", com a qual, acredita, "teremos o território gerido no horizonte de uma geração". E, ao Parlamento, pediu um esforço no sentido do consenso, assinalando que esse o próprio Governo "está disposto para fazer esse esforço".

 

"O ordenamento florestal é a magna questão que temos pela frente. É o exercício de longo prazo em que temos de estar motivados e que só é possível com regras de ordenamento e gestão profissional da floresta", insistiu, pedindo aos partidos não politizem a discussão.

 

"Vou recusar que partidarizemos este tema. Vamos todos discutir as florestas. Mas as propostas, o que está mal, soluções. Mas acho que devemos poupar-nos a todos a um exercício que a todos prejudicará", rematou. 

(notícia alterada às 14:50 para dar conta que ministro referiu-se a hectares de eucaliptos e não a pés)

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