Notícia
Região de Pedrogão alvo de projecto-piloto de reordenamento da floresta
Reordenamento do território e reordenamento da floresta: É isto que vai acontecer às zonas afectadas pelo incêndio que deflagrou no Pinhal Interior Norte há uma semana e meia, segundo garantiu o primeiro-ministro, António Costa.
A região do Pinhal Interior Norte, afectada pelos incêndios que causaram a morte a 64 pessoas, vai ser alvo de um "projecto-piloto" em que será implementado um "reordenamento da floresta e do território". "A pior coisa que pode acontecer é que a floresta volte a crescer como estava", afirmou o primeiro-ministro esta quarta-feira, 28 de Junho.
Após a reunião com os presidentes das câmaras de Pedrogão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pampilhosa da Serra, Góis, Penela e Sertã, António Costa revelou uma das decisões saídas do encontro: "Vamos, nestes sete concelhos, fazer aqui um projecto-piloto que permita responder àquilo que é estrutural para evitar que possamos ter uma nova tragédia". "Deixar crescer livremente é criar condições para que seja combustível", acrescentou, em declarações transmitidas pelos canais de televisão.
Haverá um novo encontro dia 19 de Julho entre os autarcas para discutir a utilização do projecto-piloto para o reordenamento da floresta. Nessa altura, o primeiro-ministro espera já ter a legislação da reforma da floresta que está a ser discutida na Assembleia da República.
No fim-de-semana de 17 de Junho, um incêndio devastou a região do Pinhal Interior, acabando por matar 64 pessoas e por destruir habitações e infra-estruturas de inúmeras empresas – o levantamento final só será concluído no fim da semana, por parte da CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional). É a partir daí que se poderá dar a resposta "urgente e imediata do ponto de vista da reconstrução das infra-estruturas", o que implica também as ajudas financeiras - Portugal está a tentar negociar o uso de fundos nestas soluções.
Sobre as polémicas em torno dos diagnósticos que estão a ser feitos ao que ocorreu mal, António Costa não se quis estender. Em relação ao relatório do SIRESP, em que o próprio garantiu que funcionou como devia, o líder do Executivo relembrou que na terça-feira, a ministra Constança Urbano de Sousa "solicitou a um laboratório oficial, ao Instituto de Telecomunicações, uma avaliação global no que diz respeito ao funcionamento do SIRESP".
António Costa remeteu as conclusões sobre a temática para a "Assembleia da República, Ministério Público, o professor Xavier Viegas [responsável por fazer um estudo encomendado sobre as condições do incêndio pelo Executivo], IPMA e Instituto de Tecnologia".
Já Valdemar Alves, presidente da Câmara Municipal de Pedrogão Grande, afirmou que os presidentes dos municípios receberam "todas as garantias" do Governo. "Nestes 12 dias, o Governo esteve sempre aqui".
O ministro da Agricultura também defendeu hoje, no parlamento, que os concelhos da região Centro afectados pelos incêndios sejam um "laboratório" da reforma da floresta para mostrar o resultado, a prazo, dos objectivos do Governo.