Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Costa: "É prematuro dizer que os diálogos acabem bem"

O líder socialista esteve esta sexta-feira em entrevista na TVI onde afirmou que as negociações face ao impasse político que se vive desde o dia das eleições legislativas, a 4 de Outubro, "têm estado a correr bem".

Bruno Simão/Negócios
Liliana Borges LilianaBorges@negocios.pt 16 de Outubro de 2015 às 21:01

"O país não vive uma situação anormal, vive uma situação que resulta da escolha do voto dos portugueses. Os portugueses não deram maioria absoluta a nenhuma força partidária. Temos de trabalhar num quadro diferente daquele ao que estávamos habituados. Isto exige um esforço diferente. É preciso dar um sinal de tranquilidade ao país".


As palavras são de António Costa, secretário-geral do Partido Socialista, durante uma entrevista esta sexta-feira, 16 de Outubro, na TVI. 

"Registámos que quer o PCP quer o Bloco de Esquerda tenham dito que havia condições para que o PS pudesse criar Governo", afirma Costa. "É um diálogo que não é fácil, especialmente entre partidos que não estão habituados a negociar entre si", afirma o líder socialista, para depois acrescentar que os "diálogos estão a correr bem", mas sublinhando que "é prematuro dizer neste momento que os diálogos acabem bem". 

Sobre as diferenças no programa dos diferentes partidos da esquerda, António Costa responde que "a negociação não é aceitar tudo o que se propõe". "Não vamos discutir sobre o que nunca nos entendemos nem aquilo que nunca nos vamos entender. Temos de nos concentrar no que é necessário", destacou o líder socialista, exemplificando com a questão da continuidade, ou não, de Portugal na NATO, cuja pertença é criticada pelo Bloco de Esquerda e ainda esta quinta-feira, 15 de Outubro, foi alvo de críticas por parte de uma dirigente do BE de Beja

"O Governo tem que ter unidade naquilo que importa: no cumprimento do programa de Governo, nem mais uma linha do que isso. Ninguém pediu ao PCP para deixar de ter a posição que tem em relação ao Euro", exemplifica. "Não estamos a pedir a conversão de ninguém". Ainda sobre as negociações à esquerda, Costa destaca: "conseguimos um passo muitíssimo importante: assegurar que nunca haverá um Governo que ponha em causa os compromissos internacionais. Quebrou-se com 40 anos de incomunicação à esquerda".



"Estou a cumprir o meu dever", diz Costa
Sobre a sua "força" para liderar um país depois de uma derrota nas urnas, Costa defende que está a cumprir o seu dever de "contribuir para uma solução governativa", acrescentando que, caso chegue a primeiro-ministro, será com base numa maioria na Assembleia da República que apoie um Governo liderado por si, ao que atribui legitimidade. "Disse várias vezes aos portugueses que a melhor decisão era haver maioria absoluta. Nunca escondi aos portugueses que em caso de não existir essa maioria absoluta eu não excluiria uma solução com o BE e PCP", afirma.


Não obstante, o líder do PS afasta acusações de "sede de poder", garantindo que "o PS não quer ir para o poder a qualquer preço" e que essa também não é a sua posição.

Sobre o que fará se Cavaco Silva der posse a um Governo PSD/CDS-PP, o secretário-geral do PS diz que não derrubará o Governo numa lógica obstrucionista. "Não inviabilizamos um Governo sem uma solução de Governo alternativa", assevera, sem no entanto negar a possibilidade de apresentar esse Governo. 

"A última coisa que seria saudável para o país seria ficarmos meses com um Governo de gestão. Ter um Governo de gestão seria péssimo para o país e seria um desastre. Portanto, não vejo nenhuma boa para razão para que se fique perante essa solução", declarou.

O líder socialista recusou dizer o que falará ao Presidente da República na reunião que terá na próxima semana no Palácio de Belém, que tem em vista a formação de um executivo no novo quadro parlamentar, não deixando, no entanto, de criticar a decisão de Cavaco Silva de "convidar o líder do seu partido", Pedro Passos Coelho, para iniciar conversações para a formação do novo Governo, bem como o facto de na sua mensagem ter feito "uma exclusão de forças políticas que representam os portugueses" - uma alusão ao PCP e ao Bloco de Esquerda.


(notícia em actualizada às 22h40)

Ver comentários
Saber mais legislativas PS BE PSD Bloco de Esquerda Portugal eleições António Costa Passos Coelho Catarina Martins PCP
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio