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Costa diz a Passos que não quer integrar um Governo PSD/CDS

Não são lugares num eventual Governo que separam a coligação e o PS. O que está a dificultar um acordo é a “imperiosa necessidade” de “uma reorientação política”, que Passos e Portas persistem em não aceitar, diz Costa.

Miguel Baltazar/Negócios
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António Costa já respondeu ao convite de Passos Coelho para integrar um Governo de coligação alargada entre PSD, CDS e PS. Na carta que enviou esta segunda-feira, 19 de Outubro, ao líder do PSD, o secretário-geral socialista diz que o que separa as duas partes "não são lugares no Governo, que recusámos desde o início", mas sim a "imperiosa necessidade" de uma "reorientação de política" que PSD e CDS "persistem em não aceitar".

O líder socialista responde com um rotundo não ao convite de Passos Coelho, formulado este domingo, para que o PS fosse o "futuro membro de uma coligação de governo mais alargada, que inclua, além do PSD e do CDS, o próprio PS". Costa não só diz que não como acrescenta que nunca quis integrar um Executivo liderado por Passos Coelho.

Na missiva, António Costa recapitula toda a actuação dos socialistas desde o dia das eleições. Primeiro, garante que, logo na noite das eleições, a 4 de Outubro, o PS reconheceu "o legítimo primado de iniciativa do PPD/PSD como partido com maior representação parlamentar", e assegurou "uma atitude construtiva e de não obstaculização da sua acção governativa ou de inviabilização da formação de um governo de sua iniciativa, sem que houvesse uma alternativa real e credível".

 

Depois, e no âmbito do novo cenário político e de uma "expressiva vontade de mudança", Costa lembra que o "ónus" de criar condições de governabilidade cabia à coligação. E por isso, Costa reuniu-se com a coligação, primeiro no dia 9 de Outubro, uma reunião de três horas que Costa descreveu como um "vazio total", e depois 13 de Outubro, e solicitou um documento com informações financeiras que chegou a 12 de Outubro. Na carta de 16 de Outubro, o socialista diz que resumiu, incluindo com propostas concretas, aquilo que "traduz a vontade dos portugueses".

 

Passos respondeu a essa carta este domingo, mas Costa não gostou da resposta. Em vez de "analisar a minha carta, identificando os pontos de concordância e discordância, porventura até parcial, limita-se a rejeitá-lo em bloco, com o extraordinário argumento de serem as bases programáticas e as medidas constantes do programa do PS", acusa

 

"Mas o que esperava? Que propuséssemos as medidas do programa do PSD/CDS?", questiona Costa.

 

Costa ainda aguarda informação financeira da coligação 

A terminar, Costa diz que a carta de Passos nada acrescenta ao anterior documento discutido na reunião de dia 13, e que foi considerado "muito insuficiente". "Nada mais posso acrescentar", a não ser "insistir na necessidade de nos ser disponibilizado integralmente o conjunto de informação financeira" que foi solicitado "e que só foi parcialmente respondido".

 

Na carta que enviou este domingo, 18 de Outubro, a António Costa, Passos Coelho garantia que a coligação "não hesitou em que essa informação, no limite da sua disponibilidade, fosse fornecida sem demora".

A carta, de três páginas, está disponível no site do PS.

(Notícia em actualizada às 14h33 com mais informação)

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