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Passos garante que acusações de Costa não têm “qualquer fundamento real”

Na carta que enviou este domingo ao líder do PS, Passos Coelho rejeita as suspeitas lançadas por António Costa, na passada sexta-feira, de que existam “factos de grande gravidade económica” sobre “a real situação financeira do país”.

Pelo PS estão presentes António Costa, Carlos César, Mário Centeno, Ana Catarina Mendes e Pedro Nuno Santos.
Miguel Baltazar/Negócios
18 de Outubro de 2015 às 16:34
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O presidente do PSD já reagiu às declarações de António Costa, que acusou, na entrevista à TVI, a coligação de esconder "factos de grande gravidade económica". Passos Coelho considera que Costa fez "sugestões e insinuações irresponsáveis" e "sem qualquer fundamento real". Na carta que enviou este domingo a Costa, o líder do PSD diz lamentar que o PS use os dados económicos que recebeu da coligação "apenas para fazer propaganda política".

 

Passos Coelho diz que "o conjunto muito vasto de informação económico-financeira" pedido pelo PSD foi fornecido "sem demora", e no "limite da disponibilidade" da coligação. Por isso, o líder do PSD diz lamentar que "não só o PS diga em público" que a informação "não tenha sido de todo transmitida" como também o facto de o PS não estar "a usar essa informação para aprofundar as negociações", mas apenas para "fazer propaganda política.

 

É já a quarta reacção da coligação às acusações lançadas por António Costa na entrevista à TVI da passada sexta-feira. Nessa ocasião, o secretário-geral do PS afirmou que, em cada reunião com a coligação (foram duas até agora), os negociadores do PSD e CDS "foram deixando cair uma surpresa desagradável que se vai tornar pública um dia". Questionado pelo jornalista Pedro Pinto sobre se se tratava de factos de "grande gravidade económica", Costa respondeu "sim".

 

"Infelizmente os portugueses hão-de saber porque há um limite para a capacidade do Governo omitir e esconder o país dados sobre a situação efectiva e real em que nos encontramos. Não digo isto com satisfação, digo isto com preocupação", acrescentou ainda.

 

O primeiro a reagir a estas acusações do líder socialista foi Marco António Costa, porta-voz do PSD, que, em conferência de imprensa na manhã deste sábado, se mostrou "deveras surpreendido" com as "insinuações graves" de António Costa, considerando que "não houve nada que possa justificar essas afirmações" nos dois encontros que a coligação teve com o PS, nos quais participou.

Não há nada passível de gerar alarme, garante Maria Luís

De seguida, Maria Luís Albuquerque, ainda ministra das Finanças, enviou um comunicado às redacções em que explica que, na reunião que teve com Mário Centeno, o coordenador económico do PS, nada foi discutido que seja "susceptível de suportar as insinuações proferidas pelo secretário-geral do PS, nem no decorrer da mesma foram suscitadas quaisquer preocupações ou informações sobre temas que não sejam do conhecimento público" ou que "sejam passíveis de gerar alarme sobre a situação actual e perspectivas futuras do País".

O PS reagiu ao comunicado da ministra com estranheza. "O PS não compreende o teor do comunicado da doutora Maria Luís Albuquerque, já que a informação a que se refere o secretário-geral do PS foi transmitida em reuniões onde a doutora Albuquerque não esteve presente". Os socialistas reafirmaram as declarações de Costa.

À noite, foi a vez de Assunção Cristas, em entrevista à TVI, assegurar que as contas da coligação "são transparentes, claras e auditadas". E foi especialmente dura para com António Costa: "talvez esteja lembrado dos Governos de que fez parte em que se escondiam dívidas debaixo do tapete". "Eu estive nas mesmas reuniões que António Costa e não ouvi nada que não fosse do domínio público, que não pudesse ser dito a todos os portugueses", afiançou.

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